Ave, Poetinha
Eis a vida que irrompes num átimo.
Um mundo que não é tão belo assim.
Perdoa-me, mas há um quê de poético.
Mas, se não tê-lo, como sabê-lo enfim?
Verás que há algo de beleza que é ímpar.
Descubras que vale a pena, entretanto.
Olhando, aos poucos, sigas em frente.
Me libertas com o teu riso em choro.
Abras os olhos para esse novo mundo.
Eu sei que é feio e há dor lancinante.
Nos desculpe pelo convite tão abrupto.
Mas o amor que existe é imensurável.
Tanto que as palavras dizem tão pouco.
Vai, meu filho, me carrega contigo...
quinta-feira, janeiro 30
terça-feira, janeiro 28
Crônica de Uma Morte Anunciada - Por favor, não me falem o vocábulo guerra. Falem-me em guerra que eu puxo minha lugger. Guerra, até mesmo na sua definição mais simplória, pressupõe um confronto, há um mínimo de resíduo de combate entre as partes pretensamente combatentes. Por isso não me venham com o termo guerra. Até mesmo no episódio com Golias, havia mais chance para o nanico Davi. Guerra, pelo menos em tese, implica na hipótese da parte guerreada ter um mínimo - por menor que seja - de chance de defesa. Defenestração seria um termo que soaria mais justo. E eu me preocupo e lamento. Não, não é apenas pelo sentimento egoísta de pensar que amanhã poderá acontecer conosco. Nem somente porque eu sou um pacifista. A questão é que, em meu modesto conceito de Justiça, assim não me parece.
Doce Crônica - E tinha ele o temor de dizer-lhe o quão doce é sua cumplicidade. Não obstante complicada a dor que sentia em não dizer-lhe a doçura, acalentava a esperança de, sabendo-lhe cúmplice, enxergasse a paixão que aflorava de seus olhos latentes, nas entrelinhas das letras vãs que expunha timidamente nos seus textos. E mesmo que o decifrar-lhe fosse o maior prazer, suplantando o gosto salgado de um beijo que já ousara ter dado nos lábios tão próximos, ainda buscava entender-lhe, e roubar-lhe o mesmo beijo que já dera amiúde, nos tenros textos e sonhos que pudera embarcar, errante, no doce navegar do seu amor.
Doce Crônica - E tinha ele o temor de dizer-lhe o quão doce é sua cumplicidade. Não obstante complicada a dor que sentia em não dizer-lhe a doçura, acalentava a esperança de, sabendo-lhe cúmplice, enxergasse a paixão que aflorava de seus olhos latentes, nas entrelinhas das letras vãs que expunha timidamente nos seus textos. E mesmo que o decifrar-lhe fosse o maior prazer, suplantando o gosto salgado de um beijo que já ousara ter dado nos lábios tão próximos, ainda buscava entender-lhe, e roubar-lhe o mesmo beijo que já dera amiúde, nos tenros textos e sonhos que pudera embarcar, errante, no doce navegar do seu amor.
sábado, janeiro 25
Dindi de Tom
Nesta manhã o sol resolve mostrar-se novamente e acordo pensando nos acordes que ilustram a bela letra de Dindi e na paisagem do céu à beira-mar de Fortaleza. A mesma pintura que observo etéreo, enquanto desliso nas calmas águas da piscina. E vejo os bandos de nuvens e bandos de pássaros, amalgamando-se em sintonia como a música do Maestro. Sempre em cinco, o bando dos pássaros que cortejam as nuvens que vão-se. E tento lembrar da letra de Clara Manhã, do poeta alencarino Jorge Maia, mas me fogem os versos à mente trôpega e desafinada pela noite que passou. Eu tento fugir, mas Dindi não foges de mim...
Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão
Ah! eu não sei, não sei
E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias
Que são de ninguém
Mas que são minhas
E de você também
Ah! Dindi
Se soubesses do bem que eu te quero
O mundo seria, Dindi, tudo, Dindi
Lindo Dindi
Ah! Dindi
Se um dia você for embora me leva contigo, Dindi
Fica, Dindi, olha Dindi
E as águas deste rio aonde vão eu não sei
A minha vida inteira esperei, esperei
Por você, Dindi
Que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Dindi
Olha, Dindi
Adivinha, Dindi
Deixa, Dindi
Que eu te adore, Dindi... Dindi
Antonio Carlos Jobim,
Aloysio de Oliveira, Ray Gilbert
1959
Nesta manhã o sol resolve mostrar-se novamente e acordo pensando nos acordes que ilustram a bela letra de Dindi e na paisagem do céu à beira-mar de Fortaleza. A mesma pintura que observo etéreo, enquanto desliso nas calmas águas da piscina. E vejo os bandos de nuvens e bandos de pássaros, amalgamando-se em sintonia como a música do Maestro. Sempre em cinco, o bando dos pássaros que cortejam as nuvens que vão-se. E tento lembrar da letra de Clara Manhã, do poeta alencarino Jorge Maia, mas me fogem os versos à mente trôpega e desafinada pela noite que passou. Eu tento fugir, mas Dindi não foges de mim...
Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão
Ah! eu não sei, não sei
E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias
Que são de ninguém
Mas que são minhas
E de você também
Ah! Dindi
Se soubesses do bem que eu te quero
O mundo seria, Dindi, tudo, Dindi
Lindo Dindi
Ah! Dindi
Se um dia você for embora me leva contigo, Dindi
Fica, Dindi, olha Dindi
E as águas deste rio aonde vão eu não sei
A minha vida inteira esperei, esperei
Por você, Dindi
Que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Dindi
Olha, Dindi
Adivinha, Dindi
Deixa, Dindi
Que eu te adore, Dindi... Dindi
Antonio Carlos Jobim,
Aloysio de Oliveira, Ray Gilbert
1959
quinta-feira, janeiro 23
Deus e o Diabo na Terra do Sol - Em dvd, numa versão restaurada, chega o clássico do Cinema Novo, uma obra-prima de Gláuber Rocha. É fruto da época que não se tinha dinheiro, só um monte de idéias e uma câmera surrada nas mãos. Hoje em dia, salvo algumas exceções que merecem aplausos, a turma possui uma boa grana no bolso, um monte de câmeras à mão e quase nada de criativo na cabeça. O Cinema Novo continua vanguarda até hoje. Além de Deus e o Diabo, Terra em Transe, Barravento e outros mais de Gláuber são tesouros de uma época em que a nossa sétima arte era referencial para todo o planeta.
Amarcord - Já que o assunto é cinema, esse clássico de Frederico Fellini é um que não me sai da memória quando leio sobre o famoso cinesta italiano. É uma película autobiográfica do mestre que também deu luz a tantos outros clássicos, como A Doce Vida, E La Nave Va, Oito e Meio... Amarcord é de 1973 e está em cartaz novamente no Brasil, em cópia também restaurada.
Mo´ Better Blog´s - Em navegando pelos mares da internet, descubri recentemente ótimos blog´s: Amarar, onde um advogado brasileiro residente em Nova York conta suas impressões do cotidiano novaiorquino e traça paralelos com o nosso Brasil. Limaozinho, um blog onde só há algo de amargo no título, pois o seu descobrir é um doce passeio por vários assuntos, onde a sua autora tem sempre o cuidado de fazer as devidas referências e citações, revelando vários temas que vão desde o direito até o mundo lírico da poesia. Epinion, o qual descobri através do blog do Chuck é outro ótimo achado, com direito a vários outros escritores pautando de vez em quando no mesmo espaço. Engraçado que tanto a Aline e a Paula, mentoras, respectivamente, do Limaozinho e do Epinion, costumam comparecer às sessões da Egrégia Corte, listado aqui no Anomia como "Pretorium Est!". São os encontros nos desencontros do mundo-em-blog.
Amarcord - Já que o assunto é cinema, esse clássico de Frederico Fellini é um que não me sai da memória quando leio sobre o famoso cinesta italiano. É uma película autobiográfica do mestre que também deu luz a tantos outros clássicos, como A Doce Vida, E La Nave Va, Oito e Meio... Amarcord é de 1973 e está em cartaz novamente no Brasil, em cópia também restaurada.
Mo´ Better Blog´s - Em navegando pelos mares da internet, descubri recentemente ótimos blog´s: Amarar, onde um advogado brasileiro residente em Nova York conta suas impressões do cotidiano novaiorquino e traça paralelos com o nosso Brasil. Limaozinho, um blog onde só há algo de amargo no título, pois o seu descobrir é um doce passeio por vários assuntos, onde a sua autora tem sempre o cuidado de fazer as devidas referências e citações, revelando vários temas que vão desde o direito até o mundo lírico da poesia. Epinion, o qual descobri através do blog do Chuck é outro ótimo achado, com direito a vários outros escritores pautando de vez em quando no mesmo espaço. Engraçado que tanto a Aline e a Paula, mentoras, respectivamente, do Limaozinho e do Epinion, costumam comparecer às sessões da Egrégia Corte, listado aqui no Anomia como "Pretorium Est!". São os encontros nos desencontros do mundo-em-blog.
segunda-feira, janeiro 20
O Retorno... de Natal foi até rápido. Voltei acompanhado do JP, do Irmão e de alguém mais. A paisagem outrora tórrida e inóspita da estrada, restou prateada pela conversa de amores passados, paixões impossíveis e perfídias saborosas, além do luar acolhedor que nos guiou pelas quase seis horas de percurso.
Um dia antes, a intrépida trupe formada no início apenas por JP e por mim, partiu no sábado de tarde de Fortaleza com destino à capital Potiguar. Ao chegar, divertiu-se como nunca, principalmente após deparar-se com o amigo Irmão, aliás irmão que não tive de sangue, mas tenho de fato. Ele propiciou um dos maiores devaneios etílicos que já participei, o qual culminou com uma quase expulsão da Cervejaria Continental, depois do vocalista da honesta - como diria o Gabriel - banda, ter ameaçado recorrer às origens paraibanas suas e sacar de sua "peixeira". Tudo isso porque não gostou de ter sido instado pelo Irmão a tocar "Asa Branca" pela alcunha de "baitola". Coisas da vida.
E a segunda capital mais bela das Américas, Natal-RN, deixou saudade em minha pessoa. Eu já até falei do luar de acalanto que presenciei na noite de sábado. Mas foi pouco ante o grandioso espetáculo que toca um coração apaixonado e errante como o meu. Por alguns instantes a bela landscape parece conspirar contra a nossa solidão. E já tenho dito que há poucos momentos mais "reality" do que esse show tão global proporcionado pela natureza. Embora muitos comandados restem inertes entorpecidos por operetas-bufa que jorram das televisões, ainda sei que alguns eleitos enxergam a beleza real da vida. Sem pretensões...
E a manhã de domingo, de pleno sol na Via Costeira, a perder-se no horizonte longínquo, foi um presente dos céus que contemplei alguns minutos também. É um litoral cuja beleza não cansa nunca uma nova revista.
Chegamos em Fortaleza junto com a chuva que parecer tornar o dia um algo de lúgubre, taciturno, sorumbático e macambúzio, mesmo que o seja assim, tão placidamente belo. E la nave va...
P.S.:"And, in the end, the love you take is equal to the love you make" By The Beatles in The End.
Um dia antes, a intrépida trupe formada no início apenas por JP e por mim, partiu no sábado de tarde de Fortaleza com destino à capital Potiguar. Ao chegar, divertiu-se como nunca, principalmente após deparar-se com o amigo Irmão, aliás irmão que não tive de sangue, mas tenho de fato. Ele propiciou um dos maiores devaneios etílicos que já participei, o qual culminou com uma quase expulsão da Cervejaria Continental, depois do vocalista da honesta - como diria o Gabriel - banda, ter ameaçado recorrer às origens paraibanas suas e sacar de sua "peixeira". Tudo isso porque não gostou de ter sido instado pelo Irmão a tocar "Asa Branca" pela alcunha de "baitola". Coisas da vida.
E a segunda capital mais bela das Américas, Natal-RN, deixou saudade em minha pessoa. Eu já até falei do luar de acalanto que presenciei na noite de sábado. Mas foi pouco ante o grandioso espetáculo que toca um coração apaixonado e errante como o meu. Por alguns instantes a bela landscape parece conspirar contra a nossa solidão. E já tenho dito que há poucos momentos mais "reality" do que esse show tão global proporcionado pela natureza. Embora muitos comandados restem inertes entorpecidos por operetas-bufa que jorram das televisões, ainda sei que alguns eleitos enxergam a beleza real da vida. Sem pretensões...
E a manhã de domingo, de pleno sol na Via Costeira, a perder-se no horizonte longínquo, foi um presente dos céus que contemplei alguns minutos também. É um litoral cuja beleza não cansa nunca uma nova revista.
Chegamos em Fortaleza junto com a chuva que parecer tornar o dia um algo de lúgubre, taciturno, sorumbático e macambúzio, mesmo que o seja assim, tão placidamente belo. E la nave va...
P.S.:"And, in the end, the love you take is equal to the love you make" By The Beatles in The End.
sábado, janeiro 18
A Lua do Céu de Natal - Em tempos de Natal e terra Potiguar, acompanhado do primo JP e do Irmão, percebo que a Lua cheia no anoitecer de hoje, foi tão bela quanto o primeiro monolito perdido. O espelho d'agua me reflete os teus olhos distantes nas águas tranquilas do mar bravio que me leva e me leva adiante...
quinta-feira, janeiro 16
Zapping - Trilhando o caminho da Justiça Especializada do Trabalho, na derradeira ida em prol de um ex-cliente, ouço os acordes de "Because" durante o percurso. Nada mais atual.
She´s Leaving Home - Essa maravilha musical poderia ser parte integrante da trilha sonora de "Quase Famosos". A letra contundente me fez lembrar o filme na manhã de hoje, já retornando do Fórum laboral.
Desperately Seeking Susan - É como me sinto agora. Susan, in casu, é um devaneio de emaranhar-me na noite, com um vinho barato, Bob Dylan na vitrola e o futuro sendo apenas uma remota possibilidade.
Big Brother Brazil 3 - Temos estado tão risíveis em nossas predileções, que a diversão de grande parte da população brasileira se resume a ter um espelho no lugar de sua tv.
A Liberdade é Azul - Eu tenho nadado muito. Cerca de 20 km por semana, uma média de 3.5 km por dia. Não há melhor "enviroment" para criar essas bobas divagações, do que nas cloradas águas de uma piscina. E os seus olhos são verdes.
She´s Leaving Home - Essa maravilha musical poderia ser parte integrante da trilha sonora de "Quase Famosos". A letra contundente me fez lembrar o filme na manhã de hoje, já retornando do Fórum laboral.
Desperately Seeking Susan - É como me sinto agora. Susan, in casu, é um devaneio de emaranhar-me na noite, com um vinho barato, Bob Dylan na vitrola e o futuro sendo apenas uma remota possibilidade.
Big Brother Brazil 3 - Temos estado tão risíveis em nossas predileções, que a diversão de grande parte da população brasileira se resume a ter um espelho no lugar de sua tv.
A Liberdade é Azul - Eu tenho nadado muito. Cerca de 20 km por semana, uma média de 3.5 km por dia. Não há melhor "enviroment" para criar essas bobas divagações, do que nas cloradas águas de uma piscina. E os seus olhos são verdes.
terça-feira, janeiro 14
Penny Lane - Quando assisti ao filme "Quase Famosos", percebi um raro momento de beleza na sétima arte, quando o olhar do jovem jornalista da Rolling Stone, William Miller, se cruza com o da graciosa Penny Lane, interpretada pela belíssima atriz Kate Hudson. É desses momentos que o cinema eterniza em nossas mentes inférteis. O filme, aliás, é uma pequena obra-prima. Serve para que constatemos a mediocridade que impera hodiernamente, quando somos obrigados a ouvir uma enorme quantidade de lixo musical. O filme lembra que há poucos anos havia um universo em que músicos e seus intrépidos seguidores se atiravam em turnês intermináveis. Época de The Who, Led Zeppelin, Black Sabath, Pink Floyd, The Doors e várias outras bandas inesquecíveis. A poeira deixada pelo ônibus Doris, também ofuscou muito da rebeldia e da boa música que restou esquecida na estrada. Penny Lane, em teus olhos eu me vi ontem, enquanto mergulhava num universo que nunca fiz parte. Estás em meus ouvidos e nos meus olhos...
sábado, janeiro 11
Gênese do Fim
Admoestando minh´alma enquanto a carruagem de Apolo suspira os primeiros raios, despindo as cores notívagas, sombrias, sozinhas.
Uma plácida manhã solar, pautada pelos acordes sonoros de Sun King. Uma alma atormentada que se contenta com o navegar errante.
Um ponto de partida ou de chegada, há de ser o presente enlace de cores a movimentar-se ante meus olhos e penetrar-me os poros de sal.
A semana, em seu fecho dourado, vem capitulando sua existência soturna que foi, com música, aquarelas-em-vida e a dor da gênese do fim.
Admoestando minh´alma enquanto a carruagem de Apolo suspira os primeiros raios, despindo as cores notívagas, sombrias, sozinhas.
Uma plácida manhã solar, pautada pelos acordes sonoros de Sun King. Uma alma atormentada que se contenta com o navegar errante.
Um ponto de partida ou de chegada, há de ser o presente enlace de cores a movimentar-se ante meus olhos e penetrar-me os poros de sal.
A semana, em seu fecho dourado, vem capitulando sua existência soturna que foi, com música, aquarelas-em-vida e a dor da gênese do fim.
quarta-feira, janeiro 8
Náutico
Hoje não restam camadas em meu rosto. Sou o que descerra a máscara que cai ao mar.
Sou braçadas intermináveis nesse amar assim. Juliette Binoche em "A Liberdade é Azul".
Hoje sou só o que não penso que sou. Hoje sou sólida dor dormente. Hoje eu sou solidão.
Sou o procurar por respostas que busquei encontrar nas águas e nas horas que só amei.
Hoje não restam camadas em meu rosto. Sou o que descerra a máscara que cai ao mar.
Sou braçadas intermináveis nesse amar assim. Juliette Binoche em "A Liberdade é Azul".
Hoje sou só o que não penso que sou. Hoje sou sólida dor dormente. Hoje eu sou solidão.
Sou o procurar por respostas que busquei encontrar nas águas e nas horas que só amei.
sábado, janeiro 4
Excertos do Passado
[10/3/2002 9:06:34 PM | Emerson Anômico]
Uma pequena homenagem, uma grande escritora que surge:
Brincas com as letras miúda
Arte-em-lúdico, norte audaz
Rimas o nada, soletras forte
Buscas, o amor, em verso
Rumas, poética, sem regresso
Assaz eclética, a dor transmuda.
[11/5/2002 11:41:44 PM | Emerson Anômico]
Solitária Mente
Percebo, contemplando o horizonte brumoso, uma tarde que se esvai com os tempos novembros.
O ir-se da réstia de mar, no sobreviver às colunas de escuridão que já apontam ao crepúsculo.
Efêmeros, últimos raios, soturna e lentamente abandonam vagas verdes vagas da água marinha.
Materializando a cor dos teus olhos nos recantos da noite que acontece enigmática num instante.
As voltas do tempo antecipam chegar o final sem começo, enquanto durmo à melodia só tua.
[8/5/2002 4:26:46 AM | Anômico Emerson]
Show da Rubber sexta à noite no Empire foi o prenúncio de um ótimo fim-de-semana. Foi, como sempre, catártico. Às desculpas pela insistência na palavra, reitero que o seu (deles) show está cada vez melhor. Pena mesmo é saber que o grande Régis Damasceno poderá desfalcar o quarteto em breve.
A companhia do ilustre beatlemaníaco e Sr.ª, além dos demais amigos e parentes foi um enriquecedor aditivo à noite, que restou novamente um agradável déjà vu musical, apesar de ser rara a execução de Across The Universe nos shows da banda ultimamente.
O bom vinho (tinto) Caetano chega aos sessenta anos biológicos ...e os Deuses, juntamente com o talento ímpar de Geneton Moraes Neto (sempre ele no honroso mister de extrair-lhe os melhores devaneios ) nos trouxeram ótima entrevista no Fantástico hoje de noite. É difícil estar imune a Caetano. Indagado se havia palavra a defini-lo melhor, o Baiano vaticinou: "Não." Após alguns segundos complementa:"Não, é a palavra." Caetano é saboroso... meu Margaux, Petrus predileto. Desde a Tropicália ele é vanguarda e continua a sê-lo.
Eu, um renitente poetaço e romântico deslumbrado que sou, resgato estas mal-traçadas linhas dos idos de Dezembro de 2000:
Saudades
Saudade da nesga de mar que advinha buliçosa
da brecha entre os pilares do prédio vizinho.
Saudade do beijo molhado, do enlace de corpos,
amálgama infinito num meio sem fim.
Saudade do poeta, pretérito Caetano,
não tão light nem clean.
Saudade de mim e de você,
do Jobim, do Chê, do incerto insano.
Saudade da rua, espada nua,
do sono quedado, Praia infinda.
Saudade utópica, telúrico pecado,
do conceito de Deus, além dos confins.
Saudade da réstia de vento que vinha do mar,
da vinha e do tempo a moldar o vinho.
Fortal 22/12/00
Emerson Damasceno
[8/17/2002 4:20:14 PM | Emerson Anômico]
Antes de nortear-me no rumo da festa natalícia do Beócio Serrano (já tramitando há horas no Pecém), alguns espasmos mentais a esmo:
2001, de Kubrick, inesquecível porque une o Strauss vienense de Danúbio Azul e o Strauss Nitzsecheniano de Zarathustra.
O meu maior devaneio intelectual, a construção Marx-Freudiana a definir a economia, é excitante.
Mesmo após tornar-me um balzaquiano, ainda não apreendi a concretude do abstrato que há no existir.
Há mais emoção em Hamburgo do que em Abbey Road.
O pulso que acredito existir em minhas veias é essencialmente romântico.
Há mais sentido na insensatez da paixão do que no acordar diário no aguardo do nada-por-vir.
A obra de Sebastião Salgado é iluminada, literalmente.
O surrealismo Kafkiano é mais real do que a porta que cerra-se à nossa cara todo dia.
Meu existir repousa hoje, também, no amar-te.
[10/3/2002 9:06:34 PM | Emerson Anômico]
Uma pequena homenagem, uma grande escritora que surge:
Brincas com as letras miúda
Arte-em-lúdico, norte audaz
Rimas o nada, soletras forte
Buscas, o amor, em verso
Rumas, poética, sem regresso
Assaz eclética, a dor transmuda.
[11/5/2002 11:41:44 PM | Emerson Anômico]
Solitária Mente
Percebo, contemplando o horizonte brumoso, uma tarde que se esvai com os tempos novembros.
O ir-se da réstia de mar, no sobreviver às colunas de escuridão que já apontam ao crepúsculo.
Efêmeros, últimos raios, soturna e lentamente abandonam vagas verdes vagas da água marinha.
Materializando a cor dos teus olhos nos recantos da noite que acontece enigmática num instante.
As voltas do tempo antecipam chegar o final sem começo, enquanto durmo à melodia só tua.
[8/5/2002 4:26:46 AM | Anômico Emerson]
Show da Rubber sexta à noite no Empire foi o prenúncio de um ótimo fim-de-semana. Foi, como sempre, catártico. Às desculpas pela insistência na palavra, reitero que o seu (deles) show está cada vez melhor. Pena mesmo é saber que o grande Régis Damasceno poderá desfalcar o quarteto em breve.
A companhia do ilustre beatlemaníaco e Sr.ª, além dos demais amigos e parentes foi um enriquecedor aditivo à noite, que restou novamente um agradável déjà vu musical, apesar de ser rara a execução de Across The Universe nos shows da banda ultimamente.
O bom vinho (tinto) Caetano chega aos sessenta anos biológicos ...e os Deuses, juntamente com o talento ímpar de Geneton Moraes Neto (sempre ele no honroso mister de extrair-lhe os melhores devaneios ) nos trouxeram ótima entrevista no Fantástico hoje de noite. É difícil estar imune a Caetano. Indagado se havia palavra a defini-lo melhor, o Baiano vaticinou: "Não." Após alguns segundos complementa:"Não, é a palavra." Caetano é saboroso... meu Margaux, Petrus predileto. Desde a Tropicália ele é vanguarda e continua a sê-lo.
Eu, um renitente poetaço e romântico deslumbrado que sou, resgato estas mal-traçadas linhas dos idos de Dezembro de 2000:
Saudades
Saudade da nesga de mar que advinha buliçosa
da brecha entre os pilares do prédio vizinho.
Saudade do beijo molhado, do enlace de corpos,
amálgama infinito num meio sem fim.
Saudade do poeta, pretérito Caetano,
não tão light nem clean.
Saudade de mim e de você,
do Jobim, do Chê, do incerto insano.
Saudade da rua, espada nua,
do sono quedado, Praia infinda.
Saudade utópica, telúrico pecado,
do conceito de Deus, além dos confins.
Saudade da réstia de vento que vinha do mar,
da vinha e do tempo a moldar o vinho.
Fortal 22/12/00
Emerson Damasceno
[8/17/2002 4:20:14 PM | Emerson Anômico]
Antes de nortear-me no rumo da festa natalícia do Beócio Serrano (já tramitando há horas no Pecém), alguns espasmos mentais a esmo:
2001, de Kubrick, inesquecível porque une o Strauss vienense de Danúbio Azul e o Strauss Nitzsecheniano de Zarathustra.
O meu maior devaneio intelectual, a construção Marx-Freudiana a definir a economia, é excitante.
Mesmo após tornar-me um balzaquiano, ainda não apreendi a concretude do abstrato que há no existir.
Há mais emoção em Hamburgo do que em Abbey Road.
O pulso que acredito existir em minhas veias é essencialmente romântico.
Há mais sentido na insensatez da paixão do que no acordar diário no aguardo do nada-por-vir.
A obra de Sebastião Salgado é iluminada, literalmente.
O surrealismo Kafkiano é mais real do que a porta que cerra-se à nossa cara todo dia.
Meu existir repousa hoje, também, no amar-te.
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