Excertos do Passado
[10/3/2002 9:06:34 PM | Emerson Anômico]
Uma pequena homenagem, uma grande escritora que surge:
Brincas com as letras miúda
Arte-em-lúdico, norte audaz
Rimas o nada, soletras forte
Buscas, o amor, em verso
Rumas, poética, sem regresso
Assaz eclética, a dor transmuda.
[11/5/2002 11:41:44 PM | Emerson Anômico]
Solitária Mente
Percebo, contemplando o horizonte brumoso, uma tarde que se esvai com os tempos novembros.
O ir-se da réstia de mar, no sobreviver às colunas de escuridão que já apontam ao crepúsculo.
Efêmeros, últimos raios, soturna e lentamente abandonam vagas verdes vagas da água marinha.
Materializando a cor dos teus olhos nos recantos da noite que acontece enigmática num instante.
As voltas do tempo antecipam chegar o final sem começo, enquanto durmo à melodia só tua.
[8/5/2002 4:26:46 AM | Anômico Emerson]
Show da Rubber sexta à noite no Empire foi o prenúncio de um ótimo fim-de-semana. Foi, como sempre, catártico. Às desculpas pela insistência na palavra, reitero que o seu (deles) show está cada vez melhor. Pena mesmo é saber que o grande Régis Damasceno poderá desfalcar o quarteto em breve.
A companhia do ilustre beatlemaníaco e Sr.ª, além dos demais amigos e parentes foi um enriquecedor aditivo à noite, que restou novamente um agradável déjà vu musical, apesar de ser rara a execução de Across The Universe nos shows da banda ultimamente.
O bom vinho (tinto) Caetano chega aos sessenta anos biológicos ...e os Deuses, juntamente com o talento ímpar de Geneton Moraes Neto (sempre ele no honroso mister de extrair-lhe os melhores devaneios ) nos trouxeram ótima entrevista no Fantástico hoje de noite. É difícil estar imune a Caetano. Indagado se havia palavra a defini-lo melhor, o Baiano vaticinou: "Não." Após alguns segundos complementa:"Não, é a palavra." Caetano é saboroso... meu Margaux, Petrus predileto. Desde a Tropicália ele é vanguarda e continua a sê-lo.
Eu, um renitente poetaço e romântico deslumbrado que sou, resgato estas mal-traçadas linhas dos idos de Dezembro de 2000:
Saudades
Saudade da nesga de mar que advinha buliçosa
da brecha entre os pilares do prédio vizinho.
Saudade do beijo molhado, do enlace de corpos,
amálgama infinito num meio sem fim.
Saudade do poeta, pretérito Caetano,
não tão light nem clean.
Saudade de mim e de você,
do Jobim, do Chê, do incerto insano.
Saudade da rua, espada nua,
do sono quedado, Praia infinda.
Saudade utópica, telúrico pecado,
do conceito de Deus, além dos confins.
Saudade da réstia de vento que vinha do mar,
da vinha e do tempo a moldar o vinho.
Fortal 22/12/00
Emerson Damasceno
[8/17/2002 4:20:14 PM | Emerson Anômico]
Antes de nortear-me no rumo da festa natalícia do Beócio Serrano (já tramitando há horas no Pecém), alguns espasmos mentais a esmo:
2001, de Kubrick, inesquecível porque une o Strauss vienense de Danúbio Azul e o Strauss Nitzsecheniano de Zarathustra.
O meu maior devaneio intelectual, a construção Marx-Freudiana a definir a economia, é excitante.
Mesmo após tornar-me um balzaquiano, ainda não apreendi a concretude do abstrato que há no existir.
Há mais emoção em Hamburgo do que em Abbey Road.
O pulso que acredito existir em minhas veias é essencialmente romântico.
Há mais sentido na insensatez da paixão do que no acordar diário no aguardo do nada-por-vir.
A obra de Sebastião Salgado é iluminada, literalmente.
O surrealismo Kafkiano é mais real do que a porta que cerra-se à nossa cara todo dia.
Meu existir repousa hoje, também, no amar-te.
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