All We Are Saying Is Give Peace a Chance...
Saudades de John Lennon...
(War is Over, If You Want It - outdoor espalhado pelas ruas de Londres por John e Yoko, em protesto à Guerra do Vietnã)
Fim-de-semana assistindo novamente ao inesquecível "Gimme Some Thuth", o "making of" de Imagine, no qual vi a imagem do outdoor mencionado acima.
Áureos tempos quando, mesmo havendo guerra - sim é verdade, de fato - havia também uma tênue esperança.
Guerra, aliás, é um termo que não se coaduna com essa situação atual. Defenestração, como já disse anteriormente por aqui, é bem mais colocado, mais justo, embora não o seja. Por aqui, in casu de Terra Brasilis, Guerra Civil.
"All we are saying... " - para quem não sabe, "Give Peace a Chance", ainda na década de sessenta, marcou o primeiro live-broadcast para todo o mundo, durante um show na televisão que contou com a participação dos Beatles. Foi uma mensagem de paz. Ao contrário das imagens hodiernas mostrando, em tempo real, como se destrói um país inteiro com um punhado (força de expressão) de bombas. Não obstante, a mesma teconologia nos leva à retina imagens de todo este vasto planetinha, onde milhões caminham e bradam pela Paz (Paz, in casu, não é mera força de expressão).
E pensar que se tivesse sido o Iraque a se recusar a assinar o protocolo de Kyoto, condenando o meio-ambiente a um futuro soturno, lúgubre, taciturno e sorumbático, ele possivelmente já estaria condenado sumariamente há muito tempo pelos diversos pesos e medidas que compõe o senso de julgamento e força motriz do neoimperialismo vigente de plantão. Mas, como são diversos os pesos e as medidas...
"...Is give peace a Chance..."
E la nave(zinha) va...
Post Scriptum: Além do Poema Rosa de Hiroshima, já transcrito aqui neste espaço por duas vezes, da magistral lavra de Vinícius de Moraes, transformado em música pelo próprio Poetinha juntamente com Gerson Conrad do grupo Secos e Molhados, pois bem, além disso e do texto de Paulo Coelho sobre a guerra , igualmente transcrito aqui e além do clamor dos milhões que se insurgem em passeatas contra a tal "guerra", pouca coisa...
Post Scriptum 2: E ficou preso à retina arregalada deste escriba a cena do famígero piano branco de Lennon e os acordes de Imagine. A fotografia e a beleza translúcida do sol adentrando o recinto escuro da mansão de Ascott. As janelas para um novo e belo mundo, resplandecente de sol. Que pintura! O mundo de Imagine, aliás, não parece que há de ser, apesar de já existir em muitos de nós.
segunda-feira, março 31
sexta-feira, março 28
Efemérides de sexta-feira ou Às voltas com as voltas que a vida dá...
Há um ano, tudo tão soturno e estranho.
Há três anos, a expectativa de um sonho.
Há cinco anos, a busca do amalgamar-te.
Há nove anos, a descoberta do novo amor.
Há dez anos, tudo tão soturno e estranho.
Hoje, tão feliz assim...
Post Scriptum: Nada o é, em definitivo, sempre. Como o homem e o rio, outrora uns, hoje outros. Somente há o agora, Sequer o ontem e talvez o amanhã que há de ser agora. A vida, o somatório de estáticas. Um compêndio de silêncios...
Nada o há, eternamente. Como esse post, que nasceu algum e terminou outro. Carcomido pelo tempo. O tempo, como bem disse Barbra, que devora. Mesmo corpo, signo, momentos enfim. Em fim...
Há um ano, tudo tão soturno e estranho.
Há três anos, a expectativa de um sonho.
Há cinco anos, a busca do amalgamar-te.
Há nove anos, a descoberta do novo amor.
Há dez anos, tudo tão soturno e estranho.
Hoje, tão feliz assim...
Post Scriptum: Nada o é, em definitivo, sempre. Como o homem e o rio, outrora uns, hoje outros. Somente há o agora, Sequer o ontem e talvez o amanhã que há de ser agora. A vida, o somatório de estáticas. Um compêndio de silêncios...
Nada o há, eternamente. Como esse post, que nasceu algum e terminou outro. Carcomido pelo tempo. O tempo, como bem disse Barbra, que devora. Mesmo corpo, signo, momentos enfim. Em fim...
quinta-feira, março 27
Pássaros por lá - Ainda os há
Porque quando eu me enlaço nos teus lábios, tudo parece bem mais bonito.
Do medo, nada tão grotesco do mundo. Lágrimas caem bem distante daqui.
Corpos ardentes que se buscam uma resposta que não haverão de encontrar.
E do mundo, são tantas as perguntas que nunca irão nos absolver à alma.
Porque quando eu me enlaço nos teus lábios, tudo parece bem mais bonito.
Do medo, nada tão grotesco do mundo. Lágrimas caem bem distante daqui.
Corpos ardentes que se buscam uma resposta que não haverão de encontrar.
E do mundo, são tantas as perguntas que nunca irão nos absolver à alma.
segunda-feira, março 24
Qualquer semelhança...
anomia 1. [Do gr. anomía (v. a-3, -nom(o)- e -ia1); fr. anomie.] S. f. 1. Ausência de leis, de normas ou de regras de organização. 2. Sociol. Situação em que há divergência ou conflito entre normas sociais, tornando-se difícil para o indivíduo respeitá-las igualmente. [Em situações extremas, essa contradição ou dificuldade pode equivaler, na prática, a ausência de normas.]
Fonte: Aurélio.
anomia 1. [Do gr. anomía (v. a-3, -nom(o)- e -ia1); fr. anomie.] S. f. 1. Ausência de leis, de normas ou de regras de organização. 2. Sociol. Situação em que há divergência ou conflito entre normas sociais, tornando-se difícil para o indivíduo respeitá-las igualmente. [Em situações extremas, essa contradição ou dificuldade pode equivaler, na prática, a ausência de normas.]
Fonte: Aurélio.
sexta-feira, março 21
Falando em Tom
Falemos de amor, em época de tanta falta de, através desta célebre música do mestre Jobim, uma pequena homenagem ao meu pai, que também a cultua como uma das mais lindas do Maestro:
Antonio Carlos Jobim
1979
Se eu pudesse por um dia
Esse amor, essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia
Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção
Se soubesses como eu gosto
Do teu cheiro, teu jeito de flor
Não negavas um beijinho
A quem anda perdido de amor
Chora flauta, chora pinho
Choro eu o teu cantor
Chora manso, bem baixinho
Nesse choro falando de amor
Quando passas, tão bonita
Nessa rua banhada de sol
Minha alma segue aflita
E eu me esqueço até do futebol
Vem depressa, vem sem medo
Foi pra ti meu coração
Que eu guardei esse segredo
Escondido num choro canção
Lá no fundo do meu coração.
Para quem quer ler e ouvir mais sobre Tom Jobim:
Clube do Tom
Site Oficial do Tom no Uol
Falemos de amor, em época de tanta falta de, através desta célebre música do mestre Jobim, uma pequena homenagem ao meu pai, que também a cultua como uma das mais lindas do Maestro:
Antonio Carlos Jobim
1979
Se eu pudesse por um dia
Esse amor, essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia
Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção
Se soubesses como eu gosto
Do teu cheiro, teu jeito de flor
Não negavas um beijinho
A quem anda perdido de amor
Chora flauta, chora pinho
Choro eu o teu cantor
Chora manso, bem baixinho
Nesse choro falando de amor
Quando passas, tão bonita
Nessa rua banhada de sol
Minha alma segue aflita
E eu me esqueço até do futebol
Vem depressa, vem sem medo
Foi pra ti meu coração
Que eu guardei esse segredo
Escondido num choro canção
Lá no fundo do meu coração.
Para quem quer ler e ouvir mais sobre Tom Jobim:
Clube do Tom
Site Oficial do Tom no Uol
quinta-feira, março 20
Quando vierem nos pegar, quem há de gritar por nós? ou
Pensem nas crianças Mudas, telepáticas, Pensem nas meninas Cegas, inexatas...
É tempo de reler Bretch, repensar muitas coisas.
É época de lamentar a defenestração de valores.
É tempo de transcrever novamente Vinícius:
Rosa de Hiroshima.
(Vinícius de Moraes e Gerson Conrad)
Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas, inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas, alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
Pensem nas crianças Mudas, telepáticas, Pensem nas meninas Cegas, inexatas...
É tempo de reler Bretch, repensar muitas coisas.
É época de lamentar a defenestração de valores.
É tempo de transcrever novamente Vinícius:
Rosa de Hiroshima.
(Vinícius de Moraes e Gerson Conrad)
Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas, inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas, alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
quarta-feira, março 19
Paulo Coelho e a Defenestração - O escritor brasileiro escreveu para o Le Mond em sua edição de ontem, 17 de março de 2003, este texto, cujo teor transcrevo:
"Mil vezes obrigado, presidente Bush..."(Mille mercis, président Bush)
Ponto de Vista
Por Paulo Coelho*
Obrigado, grande dirigente. Obrigado, George W. Bush. Obrigado por mostrar a todos nós o perigo que Saddam Hussein representa.
Talvez muitos de nós tivéssemos esquecido que ele utilizou armas químicas contra o seu próprio povo, contra os curdos, contra os iranianos. Hussein é um ditador sanguinário, uma das mais claras expressões do Mal hoje.
Entretanto, essa não é a única razão pela qual estou lhe agradecendo.
No decorrer dos dois primeiros meses do ano de 2003, o senhor soube mostrar para o mundo muitas coisas importantes, e por esta razão, o senhor merece toda a minha gratidão.
Assim, recordando um poema que aprendi quando era criança, quero lhe dizer obrigado.
Obrigado por mostrar a todos que o povo turco e o seu Parlamento não estão à venda, nem mesmo por US$ 26 bilhões.
Obrigado por revelar ao mundo o gigantesco abismo que existe entre as decisões dos governantes e a vontade real do povo.
Por deixar claro que tanto José Maria Aznar como Tony Blair não têm respeito algum pelos votos que os elegeram, tanto que eles não os levaram em conta em momento algum. Aznar foi capaz de ignorar que 90% dos espanhóis se opõem à guerra, enquanto Blair não deu a mínima importância para a maior manifestação pública destes últimos 30 anos na Inglaterra.
Obrigado porque sua perseverança forçou Tony Blair a se dirigir ao Parlamento britânico baseado num dossiê falsificado, escrito por um estudante há dez anos, e a apresentar as teses que ele continha como sendo "provas contundentes recolhidas pelo serviço secreto britânico".
Obrigado por fazer com que Colin Powell se expusesse ao ridículo, mostrando ao Conselho de Segurança da ONU algumas fotos que, uma semana depois, foram publicamente contestadas por Hans Blix, o inspetor responsável pelo desarmamento do Iraque.
Obrigado porque sua posição fez com que o ministro de Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin, em seu discurso contra a guerra, tivesse a honra de ser aplaudido no plenário, honra que, pelo que eu saiba, só tinha acontecido uma vez na história da ONU, por ocasião de um discurso de Nelson Mandela.
Obrigado porque, graças ao seu empenho para defender a guerra, pela primeira vez, as nações árabes, geralmente divididas, foram unânimes em condenar uma invasão, por ocasião de um encontro no Cairo, ocorrido na última semana de fevereiro.
Obrigado porque, graças à sua retórica segundo a qual "a ONU tem uma chance de mostrar a sua relevância", até mesmo os países mais relutantes acabaram tomando posição contra um ataque ao Iraque.
Obrigado pela sua política externa, que levou o ministro de Relações Exteriores da Inglaterra, Jack Straw, a declarar em pleno século 21 que "uma guerra pode ter justificativas morais" e que perdeu toda credibilidade com essa declaração.
Obrigado por tentar dividir a Europa que está lutando pela sua unificação; esta advertência não será ignorada.
Obrigado por ter conseguido o que poucos conseguiram ao longo de um século: unir milhões de pessoas, em todos os continentes, que lutam em favor da mesma idéia - embora esta idéia seja oposta à sua.
Obrigado por nos fazer sentir novamente que, embora elas não sejam ouvidas, as nossas palavras são ao menos são pronunciadas. Isso nos dará mais força no futuro.
Obrigado por nos ignorar, por marginalizar todos aqueles que tomaram uma atitude contra a sua decisão, pois é dos excluídos o futuro da Terra.
Obrigado porque, sem o senhor, não teríamos conhecido a nossa capacidade de mobilização. Talvez ela não sirva para nada no presente, mas será certamente útil mais adiante.
Agora que os tambores da guerra parecem rufar de maneira irreversível, quero fazer minhas as palavras que um rei europeu dirigira outrora a um invasor: "Que a manhã lhe pareça bela, que o sol brilhe sobre as armaduras dos vossos soldados - porque durante esta tarde, eu o derrotarei".
Obrigado por oferecer a todos nós, ao nosso exército de anônimos passeando pelas ruas para tentar deter um processo que já foi desencadeado, a possibilidade de tomar consciência do que é a sensação de impotência, de aprender a enfrentá-la e a transformá-la.
Portanto, aproveite a sua manhã, e o que ela ainda pode lhe trazer de glória.
Obrigado por não ter dado ouvidos aos nossos clamores, e por não ter nos levado a sério. Pois saiba que nós o ouvimos e que não esqueceremos as suas palavras.
Obrigado, grande dirigente George W. Bush.
Muito obrigado.
* Paulo Coelho é escritor, autor de "O Alquimista", entre outros, e membro da Academia Brasileira de Letras.
Tradução:Jean-Yves de Neufville
"Mil vezes obrigado, presidente Bush..."(Mille mercis, président Bush)
Ponto de Vista
Por Paulo Coelho*
Obrigado, grande dirigente. Obrigado, George W. Bush. Obrigado por mostrar a todos nós o perigo que Saddam Hussein representa.
Talvez muitos de nós tivéssemos esquecido que ele utilizou armas químicas contra o seu próprio povo, contra os curdos, contra os iranianos. Hussein é um ditador sanguinário, uma das mais claras expressões do Mal hoje.
Entretanto, essa não é a única razão pela qual estou lhe agradecendo.
No decorrer dos dois primeiros meses do ano de 2003, o senhor soube mostrar para o mundo muitas coisas importantes, e por esta razão, o senhor merece toda a minha gratidão.
Assim, recordando um poema que aprendi quando era criança, quero lhe dizer obrigado.
Obrigado por mostrar a todos que o povo turco e o seu Parlamento não estão à venda, nem mesmo por US$ 26 bilhões.
Obrigado por revelar ao mundo o gigantesco abismo que existe entre as decisões dos governantes e a vontade real do povo.
Por deixar claro que tanto José Maria Aznar como Tony Blair não têm respeito algum pelos votos que os elegeram, tanto que eles não os levaram em conta em momento algum. Aznar foi capaz de ignorar que 90% dos espanhóis se opõem à guerra, enquanto Blair não deu a mínima importância para a maior manifestação pública destes últimos 30 anos na Inglaterra.
Obrigado porque sua perseverança forçou Tony Blair a se dirigir ao Parlamento britânico baseado num dossiê falsificado, escrito por um estudante há dez anos, e a apresentar as teses que ele continha como sendo "provas contundentes recolhidas pelo serviço secreto britânico".
Obrigado por fazer com que Colin Powell se expusesse ao ridículo, mostrando ao Conselho de Segurança da ONU algumas fotos que, uma semana depois, foram publicamente contestadas por Hans Blix, o inspetor responsável pelo desarmamento do Iraque.
Obrigado porque sua posição fez com que o ministro de Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin, em seu discurso contra a guerra, tivesse a honra de ser aplaudido no plenário, honra que, pelo que eu saiba, só tinha acontecido uma vez na história da ONU, por ocasião de um discurso de Nelson Mandela.
Obrigado porque, graças ao seu empenho para defender a guerra, pela primeira vez, as nações árabes, geralmente divididas, foram unânimes em condenar uma invasão, por ocasião de um encontro no Cairo, ocorrido na última semana de fevereiro.
Obrigado porque, graças à sua retórica segundo a qual "a ONU tem uma chance de mostrar a sua relevância", até mesmo os países mais relutantes acabaram tomando posição contra um ataque ao Iraque.
Obrigado pela sua política externa, que levou o ministro de Relações Exteriores da Inglaterra, Jack Straw, a declarar em pleno século 21 que "uma guerra pode ter justificativas morais" e que perdeu toda credibilidade com essa declaração.
Obrigado por tentar dividir a Europa que está lutando pela sua unificação; esta advertência não será ignorada.
Obrigado por ter conseguido o que poucos conseguiram ao longo de um século: unir milhões de pessoas, em todos os continentes, que lutam em favor da mesma idéia - embora esta idéia seja oposta à sua.
Obrigado por nos fazer sentir novamente que, embora elas não sejam ouvidas, as nossas palavras são ao menos são pronunciadas. Isso nos dará mais força no futuro.
Obrigado por nos ignorar, por marginalizar todos aqueles que tomaram uma atitude contra a sua decisão, pois é dos excluídos o futuro da Terra.
Obrigado porque, sem o senhor, não teríamos conhecido a nossa capacidade de mobilização. Talvez ela não sirva para nada no presente, mas será certamente útil mais adiante.
Agora que os tambores da guerra parecem rufar de maneira irreversível, quero fazer minhas as palavras que um rei europeu dirigira outrora a um invasor: "Que a manhã lhe pareça bela, que o sol brilhe sobre as armaduras dos vossos soldados - porque durante esta tarde, eu o derrotarei".
Obrigado por oferecer a todos nós, ao nosso exército de anônimos passeando pelas ruas para tentar deter um processo que já foi desencadeado, a possibilidade de tomar consciência do que é a sensação de impotência, de aprender a enfrentá-la e a transformá-la.
Portanto, aproveite a sua manhã, e o que ela ainda pode lhe trazer de glória.
Obrigado por não ter dado ouvidos aos nossos clamores, e por não ter nos levado a sério. Pois saiba que nós o ouvimos e que não esqueceremos as suas palavras.
Obrigado, grande dirigente George W. Bush.
Muito obrigado.
* Paulo Coelho é escritor, autor de "O Alquimista", entre outros, e membro da Academia Brasileira de Letras.
Tradução:Jean-Yves de Neufville
terça-feira, março 18
Lua Enamorada (de Dani e Manu) - Hoje, temos a honra de oferecer um jantar, aqui em casa, em homenagem ao noivado do meu cunhado Daniel com minha amiga e colega Manoela. E a lua hoje, tão bela, parece refletir a alegria contagiante deles, homenageando o casal igualmente belo numa noite romanceada pelo seus raios prateados e um fundo musical escolhido a dedo. Eu, romântico inveterado que sou, rendo-lhes minhas homenagens, agradecido por partilhar-lhes tão cara amizade e participar deste momento ímpar em suas vidas, transcrevendo novamente o poema que já publiquei anteriormente aqui no Anomia. Ressalto que em tempos de cólera e tanta intolerância e ódio neste planetinha, só mesmo Amor. E o digo assim mesmo explicitamente, num intermezzo de muita felicidade e algo de tristeza e incorrendo no risco de ser tratado à pecha de piegas, mas o faço de coração:
Convite ao nosso encontro de hoje:
Primeiro, ela não se revelou por inteiro, pudicamente foi chegando remansosa.
Em pequenos espasmos de luz, fui sentindo o seu gosto, sua beleza.
Fui corrompido em minha retidão pelo seu charme sem par.
Mansidão que me envolveu num átimo. Companheira, até os confins.
E me chegou toda, desposei-me com ela em minha elucubrações.
Ela me confessa que irá mostrar-se hoje, novamente.
E eu vos convido a desfrutar desse espetáculo, que por poucos segundos é só nosso.
E nada mais "reality" nesse show tão global, que é o seu despertar desnuda.
Nascer que há de ser compartilhado pelos libertos.
Mesmo que distantes, estamos todos em sua sintonia.
Usurpa, do sol, raios que espelha em nossas mentes inférteis.
Lua eu te aguardo hoje em tua gênese.
Convido a todos. Sejamos espectadores passageiros por um minuto!
Quando passarmos, ela há de nos observar. Mas hoje, é só nossa.
Lua cheia, luar que ela me prometeu.
Paremos nossas máquinas, observemos o cosmos.
Divido com todos esse nascer de hoje. Festejêmo-la!
E la nave va...
Convite ao nosso encontro de hoje:
Primeiro, ela não se revelou por inteiro, pudicamente foi chegando remansosa.
Em pequenos espasmos de luz, fui sentindo o seu gosto, sua beleza.
Fui corrompido em minha retidão pelo seu charme sem par.
Mansidão que me envolveu num átimo. Companheira, até os confins.
E me chegou toda, desposei-me com ela em minha elucubrações.
Ela me confessa que irá mostrar-se hoje, novamente.
E eu vos convido a desfrutar desse espetáculo, que por poucos segundos é só nosso.
E nada mais "reality" nesse show tão global, que é o seu despertar desnuda.
Nascer que há de ser compartilhado pelos libertos.
Mesmo que distantes, estamos todos em sua sintonia.
Usurpa, do sol, raios que espelha em nossas mentes inférteis.
Lua eu te aguardo hoje em tua gênese.
Convido a todos. Sejamos espectadores passageiros por um minuto!
Quando passarmos, ela há de nos observar. Mas hoje, é só nossa.
Lua cheia, luar que ela me prometeu.
Paremos nossas máquinas, observemos o cosmos.
Divido com todos esse nascer de hoje. Festejêmo-la!
E la nave va...
sábado, março 15
Elis II - Eis as Águas de Março que banham a cidade despudoradamente.
Nós, embalsamados numa selva de concreto cujos rios sujos se espalham e nos cercam.
Ilhados estamos. O sertão não há de virar mar...mármore talvez. Águas que nos lavam d'alma.
Levam consigo o que nos resta. Dai-nos senhor o que vos resta...
Nada faço hoje, além de ouvir a voz abençoada de Elis Regina e lembrar-me da capa do disco.
Um explendor em preto e branco...Elis e Tom que lembra Sebastião Salgado. Um retrato.
Em Branco e Preto de uma época de tanta poesia. E vêm as águas de março. Amém...
Nós, embalsamados numa selva de concreto cujos rios sujos se espalham e nos cercam.
Ilhados estamos. O sertão não há de virar mar...mármore talvez. Águas que nos lavam d'alma.
Levam consigo o que nos resta. Dai-nos senhor o que vos resta...
Nada faço hoje, além de ouvir a voz abençoada de Elis Regina e lembrar-me da capa do disco.
Um explendor em preto e branco...Elis e Tom que lembra Sebastião Salgado. Um retrato.
Em Branco e Preto de uma época de tanta poesia. E vêm as águas de março. Amém...
quinta-feira, março 13
Elis - E Ela até que podia ter restado inerte em sua carreira depois da interpretação ímpar em Atrás da Porta (sobre a qual já tergiversei anterioemente aqui no Anomia). Pois quando Elis Regina se agarrou à letra dessa música de Chico e Francis Hime, nada mais havia de ser dito. Não ouviu ainda? Pois ouça, poucas interpretações são tão belas como essa. Aliás, em tempos de "egüinhas pocotós", você bem que deveria...
sábado, março 8
Tributo ao dia que deveria ser Todos:
Momentos de dor...
Unem-se aos espasmos de luz em vida.
Levas, mesmo sofrida, infindo amor.
Hoje vou compor à tua grandeza,
Em ser mãe, em ser de una beleza,
Reluzindo em cor, uma flor de margarida.
Post Scriptum: Um humilde, porém sincero, acróstico, que fiz em 08 de Março de 1994 para as minha amada e todas as mulheres deste planetinha, sem as quais nossa existência não seria. E, mesmo se o fosse, seria despida de qualquer sentido.
Momentos de dor...
Unem-se aos espasmos de luz em vida.
Levas, mesmo sofrida, infindo amor.
Hoje vou compor à tua grandeza,
Em ser mãe, em ser de una beleza,
Reluzindo em cor, uma flor de margarida.
Post Scriptum: Um humilde, porém sincero, acróstico, que fiz em 08 de Março de 1994 para as minha amada e todas as mulheres deste planetinha, sem as quais nossa existência não seria. E, mesmo se o fosse, seria despida de qualquer sentido.
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