Eu sempre gosto de fugir dos lugares-comuns dos tempos hodiernos. Principalmente em se tratando de mídia. Mais ainda quando se trata da música do detestável mundo "pop". Mas, infelizmente, não é sempre que eu consigo. Às vezes não resto ileso.
Em navegando e navegando, encontrei o site Vaga-Lume. E lá me deparei com algo que procurava. Mas eu me perdôo, porque a causa é mais do que justa:
Velha Infância
by Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Pedro Baby E Davi Moraes
Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito
Eu gosto de você
Eu gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor
Da gente cantar
Da gente dançar
E a gente não se cansa
De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância
Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só
Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito
Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor
E a gente cantar
E a gente dançar
E a gente não se cansa
De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância.
Post Scriptum: isto aqui está parecendo com um certo blog amigo...
quarta-feira, abril 30
segunda-feira, abril 28
Soneto de Sonhos
Há dor nas palavras de adeus.
Ardor nas palavras de adeus.
Amor há nas tuas palavras.
Há cor nos sabores só teus.
Cores e sabores das palavras.
Ardores que há nas palavras.
Amores meus há sem cores.
Sabores que o tempo comeu.
Sou somente o que penso.
Sou só e sou só um amor.
Sou só medo, sou sofisma.
Há dores onde peço perdão
Há mares onde peco paixão
Amores só eu sou solidão
Há dor nas palavras de adeus.
Ardor nas palavras de adeus.
Amor há nas tuas palavras.
Há cor nos sabores só teus.
Cores e sabores das palavras.
Ardores que há nas palavras.
Amores meus há sem cores.
Sabores que o tempo comeu.
Sou somente o que penso.
Sou só e sou só um amor.
Sou só medo, sou sofisma.
Há dores onde peço perdão
Há mares onde peco paixão
Amores só eu sou solidão
sexta-feira, abril 25
Chove, chove, chove...
Este texto era, de início, apenas um teste para saber se havia conseguido disponibilizar o Anomia também em RSS.
Após verificar o sucesso da mudança buscada, decidi não ceifar-lhe a existência, aproveitando - sozinho, notívago e divagante - a chuva que envolve a mim e a Capital alencarina nesta noite, para reeditar dois textos nos quais discorro sobre cinema e chuva, dos idos tempos pretéritos deste espaço:
Here Comes The Rain (Em 6/2/2003 2:20:47 AM)
E a chuva que me acompanha a noite me lembra muito você.
Calor que não me percebe o amor e estremece o meu peito.
A noite sem sono que não divides comigo ao vento frio.
Uma chama tão forte que me lembra o doce suspiro.
E como queria abraçar-te em teu manto tão negro.
Ouvindo-te os susurros tão sozinho errante.
Mesmo que fosse num esmero vazio.
Esperando o teu beijo ao relento.
Ou um abraço distante.
Já me é acalanto.
Desencanto.
E somente.
Te quero.
Sentes?
La joie de vivre: (Em 22/7/2002 5:40:09 PM)
Bobo romântico e réu-confesso que sou, além de um frustrado poetaço, insisto em uma idéia renitente, acerca do que move a humanidade em seus destinos e conquistas. Uma construção capenga que me permiti fazer, dando conta de que a tal "superestrutura" de Marx, antes de moldar a "infraestrutura" social do Estado, tinha como supedâneo a satisfação da libido. Capenga, haja vista que me foge absoluta competência para discorrer sobre sociologia ou mesmo aprofundar-me nos mistérios da obra Freudiana. Mesmo assim, insisto nesse devaneio Freud-Marxista a me satisfazer as dúvidas dos motivos que levam à buscarem a humanidade algum desiderato.
Por isso, vislumbro ímpar magnitude à paixão, aos deslumbres e à insensatez que permea o amor. Amor é, por si, pura anomia!
Ontem me lancei em algumas aventuras cinematográficas pelo frame-a-cabo.
Posto isto, apesar da minha hermética atitude de náo abir concessão ao Tim Sam no que tange à Sétima Arte, ontem lembrei-me de algumas exceções feitas. Assistindo novamente ao filme "O Náufrago", de Bob Zemicks, o mesmo diretor de "Back to The Future", retive à retina uma cena que julgo de grande lirismo, onde as personagens de Tom Hanks e Helen Hunter se reencontram numa simbiose metafórica de chuva e lágrimas. Uma pintura em celulóide, onde a analogia à Nona de Ludwig é realizada num átimo. A cena é pautada pela mesma força pulsante que ameaça desaguar numa explosão colossal a qualquer momento. No filme, os deuses banham o casal com as águas-de-março que vertem dos céus e da retina despedaçada das personagens tão bem interpretadas. Em que pese o desempenho dos atores, o roteiro responde pela magia das cores e pelo amálgama de sentimentos que irrompem das imagens direito à retina e mente do espectador. Arrasadora, a cena tem seu ápice na explosão que se insurge contra o desejo e norte da libido. A vida tem dessas coisas, enfim. Totem e tabu.
Outra cena de um filme não menos hollywoodiano, no mesmo diapasão que mistura gotas de lágrima, na bela construção que detona os corações bobamente românticos como o meu, com a expressividade torrencial das chuvas, é produto de "Nascido em Quatro de Julho", de Oliver Stone.
Numa cena que julgo de bela feitura, o personagem corre em busca do seu amor-imperfeito, sua última esperança de salvação. Enfrenta não só a natureza cruel que lhe encharca o raciocínio, como também o próprio medo de ser rejeitado. A cena dita não somente reproduz o medo do personagem, mas além disso, retrata o sinal dos nossos tempos, onde nos deparamos amiúde com a luta contra nossa natureza. Quase sempre a mulher que repousa em nossos amore platônicos está a poucos passos, mas a dorida realidade nos ensina que temos que atravessar toda uma tempestade até chegarmos ao destino desejado. O final irrompe de forma emblemática porque o personagem encontra o seu destino, enfim. Sem fim...
O tempo é o senhor da razão. In casu, ele - o tempo - me usurpa a liberdade de continuar nesse devaneio da sétima arte.
Por fim, cito uma frase de Oscar Wilde em uma de suas famígeras cartas advindas da época de cárcere:" La joie de vivre foi-se e ela, ao lado da força de vontade, é o fundamento da arte."
C'est la vie.
Este texto era, de início, apenas um teste para saber se havia conseguido disponibilizar o Anomia também em RSS.
Após verificar o sucesso da mudança buscada, decidi não ceifar-lhe a existência, aproveitando - sozinho, notívago e divagante - a chuva que envolve a mim e a Capital alencarina nesta noite, para reeditar dois textos nos quais discorro sobre cinema e chuva, dos idos tempos pretéritos deste espaço:
Here Comes The Rain (Em 6/2/2003 2:20:47 AM)
E a chuva que me acompanha a noite me lembra muito você.
Calor que não me percebe o amor e estremece o meu peito.
A noite sem sono que não divides comigo ao vento frio.
Uma chama tão forte que me lembra o doce suspiro.
E como queria abraçar-te em teu manto tão negro.
Ouvindo-te os susurros tão sozinho errante.
Mesmo que fosse num esmero vazio.
Esperando o teu beijo ao relento.
Ou um abraço distante.
Já me é acalanto.
Desencanto.
E somente.
Te quero.
Sentes?
La joie de vivre: (Em 22/7/2002 5:40:09 PM)
Bobo romântico e réu-confesso que sou, além de um frustrado poetaço, insisto em uma idéia renitente, acerca do que move a humanidade em seus destinos e conquistas. Uma construção capenga que me permiti fazer, dando conta de que a tal "superestrutura" de Marx, antes de moldar a "infraestrutura" social do Estado, tinha como supedâneo a satisfação da libido. Capenga, haja vista que me foge absoluta competência para discorrer sobre sociologia ou mesmo aprofundar-me nos mistérios da obra Freudiana. Mesmo assim, insisto nesse devaneio Freud-Marxista a me satisfazer as dúvidas dos motivos que levam à buscarem a humanidade algum desiderato.
Por isso, vislumbro ímpar magnitude à paixão, aos deslumbres e à insensatez que permea o amor. Amor é, por si, pura anomia!
Ontem me lancei em algumas aventuras cinematográficas pelo frame-a-cabo.
Posto isto, apesar da minha hermética atitude de náo abir concessão ao Tim Sam no que tange à Sétima Arte, ontem lembrei-me de algumas exceções feitas. Assistindo novamente ao filme "O Náufrago", de Bob Zemicks, o mesmo diretor de "Back to The Future", retive à retina uma cena que julgo de grande lirismo, onde as personagens de Tom Hanks e Helen Hunter se reencontram numa simbiose metafórica de chuva e lágrimas. Uma pintura em celulóide, onde a analogia à Nona de Ludwig é realizada num átimo. A cena é pautada pela mesma força pulsante que ameaça desaguar numa explosão colossal a qualquer momento. No filme, os deuses banham o casal com as águas-de-março que vertem dos céus e da retina despedaçada das personagens tão bem interpretadas. Em que pese o desempenho dos atores, o roteiro responde pela magia das cores e pelo amálgama de sentimentos que irrompem das imagens direito à retina e mente do espectador. Arrasadora, a cena tem seu ápice na explosão que se insurge contra o desejo e norte da libido. A vida tem dessas coisas, enfim. Totem e tabu.
Outra cena de um filme não menos hollywoodiano, no mesmo diapasão que mistura gotas de lágrima, na bela construção que detona os corações bobamente românticos como o meu, com a expressividade torrencial das chuvas, é produto de "Nascido em Quatro de Julho", de Oliver Stone.
Numa cena que julgo de bela feitura, o personagem corre em busca do seu amor-imperfeito, sua última esperança de salvação. Enfrenta não só a natureza cruel que lhe encharca o raciocínio, como também o próprio medo de ser rejeitado. A cena dita não somente reproduz o medo do personagem, mas além disso, retrata o sinal dos nossos tempos, onde nos deparamos amiúde com a luta contra nossa natureza. Quase sempre a mulher que repousa em nossos amore platônicos está a poucos passos, mas a dorida realidade nos ensina que temos que atravessar toda uma tempestade até chegarmos ao destino desejado. O final irrompe de forma emblemática porque o personagem encontra o seu destino, enfim. Sem fim...
O tempo é o senhor da razão. In casu, ele - o tempo - me usurpa a liberdade de continuar nesse devaneio da sétima arte.
Por fim, cito uma frase de Oscar Wilde em uma de suas famígeras cartas advindas da época de cárcere:" La joie de vivre foi-se e ela, ao lado da força de vontade, é o fundamento da arte."
C'est la vie.
quinta-feira, abril 24
Há mais coisas do que supõe... - Basta observar, ou melhor, contemplar a imagem abaixo. Lembrar-se dos acordes Nitzschenianos de Richard Strauss em "Also sprach Zarathustra" e o Danúbio Azul de Johan Strauss, ambos a pontuar as cenas maravilhosas da fecundação do universo eternizadas por Kubrick em 2001, Uma Odisséia no Espaço. Imaginar o colorido da letra de Across The Universe que teima em não querer mudar o nosso mundo, o mesmo a ostentar um triste céu azul em Because que nos faz chorar, e somar tudo isso à imagem abaixo, advinda da lavra do Telescópio Hubble, um estranho intrometido no ninho dos anos-luz do mistério da vida humana a vigiar a gênese das estrelas. Definitivamente, à paráfrase do célebre Hamlet de William Shakespeare, ouso dizer que há mais coisas entre os confins do universo e os labirintos de nós mesmos, do que supõe nossa vã filosofia. E dentre tais coisas, há algumas que falam por si...
Photo by Reuters
Photo by Reuters
terça-feira, abril 22
Sistemas & Comentários - De volta de Pasárgada. Páscoa, névoa, chuva e céus...
No Comments - Pena que o Falou & Disse resolveu calar-se por enquanto...
No Comments (update) - Melhor dizendo, Vox Populi Vox Dei. Dessa forma, tive que recorrer ao Enetation, pois notícia veiculada no blog do Falou&Disse informa que o serviço deles está enfrentando grandes problemas de troca de servidor. Apesar de seu (deles) excelente serviço (gratuito e genuinamente tupiniquim) tive que optar em caráter provisório pelo novo sistema para que meus quatro - segundo última contagem do Senso - diletos amigos e leitores possam hablar algo por aqui. Tão logo o F&D retorne à ativa, buscarei retornar a ele e restaurar os arquivos antigos, haja vista que os melhores textos daqui - como eu sempre gosto de reiterar - estão em vossos saborosos comentários...
E La nave va...
No Comments - Pena que o Falou & Disse resolveu calar-se por enquanto...
No Comments (update) - Melhor dizendo, Vox Populi Vox Dei. Dessa forma, tive que recorrer ao Enetation, pois notícia veiculada no blog do Falou&Disse informa que o serviço deles está enfrentando grandes problemas de troca de servidor. Apesar de seu (deles) excelente serviço (gratuito e genuinamente tupiniquim) tive que optar em caráter provisório pelo novo sistema para que meus quatro - segundo última contagem do Senso - diletos amigos e leitores possam hablar algo por aqui. Tão logo o F&D retorne à ativa, buscarei retornar a ele e restaurar os arquivos antigos, haja vista que os melhores textos daqui - como eu sempre gosto de reiterar - estão em vossos saborosos comentários...
E La nave va...
quinta-feira, abril 17
(Esta, mais uma reedição da homenagem que rendo a ti sempre que apareces despudorada, lá bem longe...)
Convite ao nosso encontro de hoje:
Primeiro, ela não se revelou por inteiro, pudicamente foi chegando remansosa.
Em pequenos espasmos de luz, fui sentindo o seu gosto, sua beleza.
Fui corrompido em minha retidão pelo seu charme sem par.
Mansidão que me envolveu num átimo. Companheira, até os confins.
E me chegou toda, desposei-me com ela em minha elucubrações.
Ela me confessa que irá mostrar-se hoje, novamente.
E eu vos convido a desfrutar desse espetáculo, que por poucos segundos é só nosso.
E nada mais "reality" nesse show tão global, que é o seu despertar desnuda.
Nascer que há de ser compartilhado pelos libertos.
Mesmo que distantes, estamos todos em sua sintonia.
Usurpa, do sol, raios que espelha em nossas mentes inférteis.
Lua eu te aguardo hoje em tua gênese.
Convido a todos. Sejamos espectadores passageiros por um minuto!
Quando passarmos, ela há de nos observar. Mas hoje, é só nossa.
Lua cheia, luar que ela me prometeu.
Paremos nossas máquinas, observemos o cosmos.
Divido com todos esse nascer de hoje. Festejêmo-la!
E la nave va...
Convite ao nosso encontro de hoje:
Primeiro, ela não se revelou por inteiro, pudicamente foi chegando remansosa.
Em pequenos espasmos de luz, fui sentindo o seu gosto, sua beleza.
Fui corrompido em minha retidão pelo seu charme sem par.
Mansidão que me envolveu num átimo. Companheira, até os confins.
E me chegou toda, desposei-me com ela em minha elucubrações.
Ela me confessa que irá mostrar-se hoje, novamente.
E eu vos convido a desfrutar desse espetáculo, que por poucos segundos é só nosso.
E nada mais "reality" nesse show tão global, que é o seu despertar desnuda.
Nascer que há de ser compartilhado pelos libertos.
Mesmo que distantes, estamos todos em sua sintonia.
Usurpa, do sol, raios que espelha em nossas mentes inférteis.
Lua eu te aguardo hoje em tua gênese.
Convido a todos. Sejamos espectadores passageiros por um minuto!
Quando passarmos, ela há de nos observar. Mas hoje, é só nossa.
Lua cheia, luar que ela me prometeu.
Paremos nossas máquinas, observemos o cosmos.
Divido com todos esse nascer de hoje. Festejêmo-la!
E la nave va...
quarta-feira, abril 16
Soneto Dissonante
No sonho eu te vejo e repouso em teu colo
Sinto o gosto da tua pele, do teu desejo
Juntos num átimo e atos de amor e paz.
Não há mais guerra em nosso caminho.
Minha respiração sôfrega, só, em teus lábios
À mansidão de teus olhos que refletem-me.
Além de nós dois, nada mais é movimento.
A luz da lua que se percebe una testemunha.
Alguns acordes dissonantes soam bem longe.
Enquanto teu cálido corpo suado é solo meu.
Meu fim não se percebe mais em teu início.
A harmonia de um balé de sonhos e de medo.
Um amalgar-se de corpos em nossos idílios.
O prazer único, sem início, sem meio ou fim.
No sonho eu te vejo e repouso em teu colo
Sinto o gosto da tua pele, do teu desejo
Juntos num átimo e atos de amor e paz.
Não há mais guerra em nosso caminho.
Minha respiração sôfrega, só, em teus lábios
À mansidão de teus olhos que refletem-me.
Além de nós dois, nada mais é movimento.
A luz da lua que se percebe una testemunha.
Alguns acordes dissonantes soam bem longe.
Enquanto teu cálido corpo suado é solo meu.
Meu fim não se percebe mais em teu início.
A harmonia de um balé de sonhos e de medo.
Um amalgar-se de corpos em nossos idílios.
O prazer único, sem início, sem meio ou fim.
terça-feira, abril 15
domingo, abril 13
Torquato Neto - Além do Anthology (finalmente), comprei também na Desafinado:
Casa, dos Morelembaum com o Sakamoto; Brazilian Duos, da Luciana Souza e John Pizzarelli Meets The Beatles . São três preciosidades. Sem falar da minha grata surpresa ao deparar-me com "Pra Dizer Adeus", de Torquato Neto e Edu Lobo no CD da Luciana. Nem faz-se necessário dizer-lhe a maravilhosa interpretação.
Já disse por aqui que Torquato já havia dito tanto que nem Adeus precisava. Mas disse, mesmo sem.
Quanto ao Anthology, instigantemente dividido em cinco dvd´s, ora intactos, ainda não estou preparado para o deliciar-me letárgico nos prazeres buliçosos da volta no tempo...
O Cd dos Morelembaum com o Sakamoto é uma deliciosa viagem no íntimo do Maestro Jobim. Mesmo piano, mesmo estúdio, mesmo amor e sons que tanto nos deixam remorsosos...
Ah, quanta saudade de tudo isso!
Casa, dos Morelembaum com o Sakamoto; Brazilian Duos, da Luciana Souza e John Pizzarelli Meets The Beatles . São três preciosidades. Sem falar da minha grata surpresa ao deparar-me com "Pra Dizer Adeus", de Torquato Neto e Edu Lobo no CD da Luciana. Nem faz-se necessário dizer-lhe a maravilhosa interpretação.
Já disse por aqui que Torquato já havia dito tanto que nem Adeus precisava. Mas disse, mesmo sem.
Quanto ao Anthology, instigantemente dividido em cinco dvd´s, ora intactos, ainda não estou preparado para o deliciar-me letárgico nos prazeres buliçosos da volta no tempo...
O Cd dos Morelembaum com o Sakamoto é uma deliciosa viagem no íntimo do Maestro Jobim. Mesmo piano, mesmo estúdio, mesmo amor e sons que tanto nos deixam remorsosos...
Ah, quanta saudade de tudo isso!
quarta-feira, abril 9
Good Times, Old Beatles Times - Em homenagem ao amigo Gabriel e todos os leitores Beatlemaníacos do Anomia, fiz um recorte de alguns textos escritos aqui, nos quais cito a interpretação do clássico "Across The Universe" por Fiona Apple e Rufus Wainwright. Transcrevo também um dos primeiros posts que escrevi, no debut deste blog anômico em julho/2002, além de dois mais recentes falando sobre Abbey Road e Hamburgo:
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[7/13/2002 2:45:02 PM | Emerson Anômico]
Sunny Saturday.
Dia de embalar-me em busca do mais distante por-do-sol.
Vou ao Pecem, munido de Beatles, embora despido de um teclado que me possibilite a ortografia correta.
Hoje em dia, configuracao e upgrades sao tudo. Herrar eh umano, mas nao ter tudo atualizado e configurado....imperdoavel.
Mesmo assim, destilo minha insensatez as gelidas paredes da internet, as quais detem muito do calor perdido pelo mundo.
De concreto, alem dos irmaos de Sampa, de Campos cantados por Caetano, soh mesmo meu CD de Beatles.
Alias, falar nos FabFour, me taquei ateh Hamburgo em busca de uma foto do lugar em que eles tocaram em sua gloriosa epoca no KaiseKeller e Star Club. Consegui-a. Encontrei tb muito mais coisa em Hamburgo.
Ainda bem que meu desastino musical nao foi ouvido pelos deuses. Ofereci 10 anos de minha vida em troca de voltar no tempo 42 anos, de volta aos idos de 1960 e alcançar os garotos de Liverpool em seu debut Germanico, com Astrid Kitschneeer, Klaus Woorman e Cia. Ninguem me deu ouvidos. Ainda bem. Ainda bem?!
Bem, de concreto mesmo nesse sabado de sol, somente Because tocando trescloucadamente em minha vitrola no rumo de Pecem. Alem disso, pouca coisa...
Falar em Because, dia desses no carro, um amigo perguntou que musica era aquela.Foi uma porrada na minha esperan;a de um mundo melhor. Esperanca ? Sim, because the world is blue it makes me cry...
Vou em busca do por-do-sol com Beatles, fazendo de conta que alem disso, pouca coisa...
Let The SunKing Comes. Here Comes The Sun...
______________________________________
[10/18/2002 1:25:23 PM | Emerson Anômico]
Intermezzo Musical
Arrebatado pela beleza contundente da doçura que flui dos acordes de Across The Universe na voz de Fiona Apple.
O fim-de-semana começa belíssimo, além de lento, gradual e docemente musical.
Photo by Paul Natkin in Rolling Stone.
_____________________________________
10/16/2002 8:57:38 PM | Emerson Anômico]
Toques Musicais
O magnífico John Pizzarelli, em John Pizzarelli Meets The Beatles, me acalma à alma, neste início de noite. Ouvi-lo nesse álbum, em especial na belíssima And I love Her, é um presente aos meus surrados ouvidos.
A trilha sonora do Filme I am Sam, é outra grata surpresa. Finalmente escuto minha preferida dos Fab Four executada com muita competência: Across The Universe, por Rufus Wainwright. Emocionante.
________________________________________
[11/26/2002 8:21:33 PM | Emerson Anômico]
84 Charing Cross Road - Lembrei agora há pouco, enquanto folheva uma revista antiga de cinema, desse endereço que fica em Londres e também é o título de um ótimo filme produzido em 1986. Foi o que me motivou, na viagem que fiz em 1998, a procurar feito um louco esse logradouro londrino. Eu rodei alguns bons minutos à procura de 84 Charing Cross Road. A insistência foi gratificante, pois além de conhecer o local também tirei algumas fotos. Antes disso fiz um verdadeiro périplo em busca de Abbey Road, o qual durou algumas horas de procura e caminhada até encontrar o paraíso Beatlemaníaco. Foi igualmente compensador. A Lei de Murphy, entretanto, estava vigorando, pois na mesma noite, perdi a câmera dentro do New London Theater, onde assisti à peça Cats. O negativo perdido juntamente com a máquina continha todas as fotos de Londres, inclusive as de Abbey Road e as que tirei no cenário do filme. C´est la vie...
Mas, voltando ao título desse post, o filme foi chamado em terra brasilis de "Nunca Te Vi Sempre Te Amei". Não obstante a duvidosa tradução, a obra é um cult com certeza. As interpretações de Anthony Hopkins e Anne Bancroft são excelentes e o roteiro é um achado, pois trata da forte amizade que surge através da troca de cartas entre duas pessoas que adoram literatura mas têm o atlântico a separá-las. O endereço da livraria onde trabalha o personagem vivido por Hopkins, é justamente o título do filme. Vale a pena assistir ou rever.
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[2/10/2003 5:14:13 PM | Emerson Anômico]
Uma Nova Ordem Mundial? - Alemanha, França e Bélgica, vetaram conjuntamente a tentativa dos EUA de mobilizar a OTAN para, na prática, iniciar as manobras de "guerra", objetivando a defesa da Turquia de eventuais ataques, segundo noticiou o UOL hoje. Pode ser apenas mais uma tentativa vã de evitar a ação militar que se anuncia, mas também pode ser uma das mais importantes notícias desde a derrocada do modelo socialista no Leste Europeu, pois parece denotar que a unipolaridade não vem sendo bem assimilada por todos os aliados. Até mesmo a Alemanha demonstra uma tentativa de postar-se de forma independente, num nítido contraste com as décadas posteriores ao fim da Segunda Guerra, onde, dividida, servia aos interesses de um mundo igualmente polarizado. E nesse cenário hipotético, para onde caminharia a América Latina afinal?
Salvo Pelos Beatles - E lá estava eu em Hamburgo na Alemanha, em maio de 2002, em busca do exato logradouro que acolheu os FabFour no início de carreira, nos idos de 1960-1962. Tinha ficado no hotel até meia-noite, mas ainda consegui pegar o último metrô para a zona boêmia e perigosa que ainda abriga algo da mesma atmosfera da década de 60. O local lembra um pouco o bairro de Clichy em Paris, pelo menos no que concerne à presença de casas de shows eróticos e muitas prostitutas. Caminhei por alguns quarteirões buscando algum norte, mas quase todos os bares já estavam cerrando as suas portas. O desespero começava a bater pois teria que deixar a Cidade no dia seguinte à tarde e a chance de descobrir o local no tempo curto da manhã seguinte era pouca. Já lamentando a perda do tempo e da grana que gastaria para voltar de taxi, resolvi buscar ajuda no local mais afável que se apresentou à minha frente, o bar do Teatro onde poucas horas antes um espetáculo sobre os Beatles em Hamburgo havia ocorrido. Eis que logo que adentro o recinto, o barman e alguns fregueses, com ares de poucos amigos, gritam que o bar está fechando e não serviriam mais nada naquela noite. Eu resolvi insistir, apelando por uma informação em inglês, já que meu alemão desfilava trôpego e sofrivelmente naquela noite fria. Ao explicar que havia vindo do Brasil somente para conhecer Grossfeiheit 36 em Hamburgo, onde já funcionara o Kaiserkeller e o Star Club, os ânimos dos meus interlocutores modificaram-se de forma súbita. E não demorou muito para que reabrissem o bar para um beatlemaníaco brasileiro sedento e faminto. Logo fui convidado a sentar-me ao redor do balcão enquanto saboreava uma deliciosa cerveja, entre uma pergunta e outra sobre o Brasil e os Beatles, sempre pautadas pelas melhores informações sobre os locais e endereços que tanto precisava. Até mesmo uma senhora embriagada que havia me dirigido um gélido olhar, que muito me lembrou um misto de Marlene Dietrich em "O Anjo Azul" e Mata Hari, ensaiou um sorriso simpático. Foi nesse momento que lembrei de uma crônica que havia lido, num dos livros da série "Para Gostar de Ler". Não lembro se o autor era o Veríssimo, Sérgio Porto, vulgo Stanislaw Ponte Preta ou algum outro, mas o importante é que o título era "Salvo Pelo Flamengo" e narrava um episódio hilariante, aparentemente autobiográfico, de um turista brasileiro que se livra de apanhar um bocado após mencionar o nome do time carioca para um brutamontes estrangeiro. Guardadas as devidas proporções, os Beatles me ajudaram um bocado na noite de Hamburgo, mormente em encontrar-lhes a pista de seus primeiros acordes em solo germânico, nos idos de 1960...
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[7/13/2002 2:45:02 PM | Emerson Anômico]
Sunny Saturday.
Dia de embalar-me em busca do mais distante por-do-sol.
Vou ao Pecem, munido de Beatles, embora despido de um teclado que me possibilite a ortografia correta.
Hoje em dia, configuracao e upgrades sao tudo. Herrar eh umano, mas nao ter tudo atualizado e configurado....imperdoavel.
Mesmo assim, destilo minha insensatez as gelidas paredes da internet, as quais detem muito do calor perdido pelo mundo.
De concreto, alem dos irmaos de Sampa, de Campos cantados por Caetano, soh mesmo meu CD de Beatles.
Alias, falar nos FabFour, me taquei ateh Hamburgo em busca de uma foto do lugar em que eles tocaram em sua gloriosa epoca no KaiseKeller e Star Club. Consegui-a. Encontrei tb muito mais coisa em Hamburgo.
Ainda bem que meu desastino musical nao foi ouvido pelos deuses. Ofereci 10 anos de minha vida em troca de voltar no tempo 42 anos, de volta aos idos de 1960 e alcançar os garotos de Liverpool em seu debut Germanico, com Astrid Kitschneeer, Klaus Woorman e Cia. Ninguem me deu ouvidos. Ainda bem. Ainda bem?!
Bem, de concreto mesmo nesse sabado de sol, somente Because tocando trescloucadamente em minha vitrola no rumo de Pecem. Alem disso, pouca coisa...
Falar em Because, dia desses no carro, um amigo perguntou que musica era aquela.Foi uma porrada na minha esperan;a de um mundo melhor. Esperanca ? Sim, because the world is blue it makes me cry...
Vou em busca do por-do-sol com Beatles, fazendo de conta que alem disso, pouca coisa...
Let The SunKing Comes. Here Comes The Sun...
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[10/18/2002 1:25:23 PM | Emerson Anômico]
Intermezzo Musical
Arrebatado pela beleza contundente da doçura que flui dos acordes de Across The Universe na voz de Fiona Apple.
O fim-de-semana começa belíssimo, além de lento, gradual e docemente musical.
Photo by Paul Natkin in Rolling Stone.
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10/16/2002 8:57:38 PM | Emerson Anômico]
Toques Musicais
O magnífico John Pizzarelli, em John Pizzarelli Meets The Beatles, me acalma à alma, neste início de noite. Ouvi-lo nesse álbum, em especial na belíssima And I love Her, é um presente aos meus surrados ouvidos.
A trilha sonora do Filme I am Sam, é outra grata surpresa. Finalmente escuto minha preferida dos Fab Four executada com muita competência: Across The Universe, por Rufus Wainwright. Emocionante.
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[11/26/2002 8:21:33 PM | Emerson Anômico]
84 Charing Cross Road - Lembrei agora há pouco, enquanto folheva uma revista antiga de cinema, desse endereço que fica em Londres e também é o título de um ótimo filme produzido em 1986. Foi o que me motivou, na viagem que fiz em 1998, a procurar feito um louco esse logradouro londrino. Eu rodei alguns bons minutos à procura de 84 Charing Cross Road. A insistência foi gratificante, pois além de conhecer o local também tirei algumas fotos. Antes disso fiz um verdadeiro périplo em busca de Abbey Road, o qual durou algumas horas de procura e caminhada até encontrar o paraíso Beatlemaníaco. Foi igualmente compensador. A Lei de Murphy, entretanto, estava vigorando, pois na mesma noite, perdi a câmera dentro do New London Theater, onde assisti à peça Cats. O negativo perdido juntamente com a máquina continha todas as fotos de Londres, inclusive as de Abbey Road e as que tirei no cenário do filme. C´est la vie...
Mas, voltando ao título desse post, o filme foi chamado em terra brasilis de "Nunca Te Vi Sempre Te Amei". Não obstante a duvidosa tradução, a obra é um cult com certeza. As interpretações de Anthony Hopkins e Anne Bancroft são excelentes e o roteiro é um achado, pois trata da forte amizade que surge através da troca de cartas entre duas pessoas que adoram literatura mas têm o atlântico a separá-las. O endereço da livraria onde trabalha o personagem vivido por Hopkins, é justamente o título do filme. Vale a pena assistir ou rever.
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[2/10/2003 5:14:13 PM | Emerson Anômico]
Uma Nova Ordem Mundial? - Alemanha, França e Bélgica, vetaram conjuntamente a tentativa dos EUA de mobilizar a OTAN para, na prática, iniciar as manobras de "guerra", objetivando a defesa da Turquia de eventuais ataques, segundo noticiou o UOL hoje. Pode ser apenas mais uma tentativa vã de evitar a ação militar que se anuncia, mas também pode ser uma das mais importantes notícias desde a derrocada do modelo socialista no Leste Europeu, pois parece denotar que a unipolaridade não vem sendo bem assimilada por todos os aliados. Até mesmo a Alemanha demonstra uma tentativa de postar-se de forma independente, num nítido contraste com as décadas posteriores ao fim da Segunda Guerra, onde, dividida, servia aos interesses de um mundo igualmente polarizado. E nesse cenário hipotético, para onde caminharia a América Latina afinal?
Salvo Pelos Beatles - E lá estava eu em Hamburgo na Alemanha, em maio de 2002, em busca do exato logradouro que acolheu os FabFour no início de carreira, nos idos de 1960-1962. Tinha ficado no hotel até meia-noite, mas ainda consegui pegar o último metrô para a zona boêmia e perigosa que ainda abriga algo da mesma atmosfera da década de 60. O local lembra um pouco o bairro de Clichy em Paris, pelo menos no que concerne à presença de casas de shows eróticos e muitas prostitutas. Caminhei por alguns quarteirões buscando algum norte, mas quase todos os bares já estavam cerrando as suas portas. O desespero começava a bater pois teria que deixar a Cidade no dia seguinte à tarde e a chance de descobrir o local no tempo curto da manhã seguinte era pouca. Já lamentando a perda do tempo e da grana que gastaria para voltar de taxi, resolvi buscar ajuda no local mais afável que se apresentou à minha frente, o bar do Teatro onde poucas horas antes um espetáculo sobre os Beatles em Hamburgo havia ocorrido. Eis que logo que adentro o recinto, o barman e alguns fregueses, com ares de poucos amigos, gritam que o bar está fechando e não serviriam mais nada naquela noite. Eu resolvi insistir, apelando por uma informação em inglês, já que meu alemão desfilava trôpego e sofrivelmente naquela noite fria. Ao explicar que havia vindo do Brasil somente para conhecer Grossfeiheit 36 em Hamburgo, onde já funcionara o Kaiserkeller e o Star Club, os ânimos dos meus interlocutores modificaram-se de forma súbita. E não demorou muito para que reabrissem o bar para um beatlemaníaco brasileiro sedento e faminto. Logo fui convidado a sentar-me ao redor do balcão enquanto saboreava uma deliciosa cerveja, entre uma pergunta e outra sobre o Brasil e os Beatles, sempre pautadas pelas melhores informações sobre os locais e endereços que tanto precisava. Até mesmo uma senhora embriagada que havia me dirigido um gélido olhar, que muito me lembrou um misto de Marlene Dietrich em "O Anjo Azul" e Mata Hari, ensaiou um sorriso simpático. Foi nesse momento que lembrei de uma crônica que havia lido, num dos livros da série "Para Gostar de Ler". Não lembro se o autor era o Veríssimo, Sérgio Porto, vulgo Stanislaw Ponte Preta ou algum outro, mas o importante é que o título era "Salvo Pelo Flamengo" e narrava um episódio hilariante, aparentemente autobiográfico, de um turista brasileiro que se livra de apanhar um bocado após mencionar o nome do time carioca para um brutamontes estrangeiro. Guardadas as devidas proporções, os Beatles me ajudaram um bocado na noite de Hamburgo, mormente em encontrar-lhes a pista de seus primeiros acordes em solo germânico, nos idos de 1960...
terça-feira, abril 8
A Internet tem dessas coisas... - O Back to Iraq 2.0, é o blog de um jornalista independente inglês, Christopher Allbritton, que conseguiu retornar ao Iraque após levantar cerca de dez mil dólares através de seu blog na Internet, o qual foi criado justamente para a viagem de retorno com o objetivo de realizar uma cobertura jornalística da chamada "guerra". No momento ele publicou algumas reportagens (em inglês) e fotos enviadas de lá (em sua última reportagem ele já estava ao norte do Iraque), através dos equipamentos comprados com as doações recebidas por intermédio de sua página.
Não sei até que ponto ele é realmente independente, mas pelo menos em tese é uma nova forma de jornalismo. Como o próprio autor do blog se intitula, é o primeiro correspondente de guerra da internet. In casu, só lhe falta a guerra...
E la nave va...
Não sei até que ponto ele é realmente independente, mas pelo menos em tese é uma nova forma de jornalismo. Como o próprio autor do blog se intitula, é o primeiro correspondente de guerra da internet. In casu, só lhe falta a guerra...
E la nave va...
segunda-feira, abril 7
No Caminho, com Maiakóvski - Este poema, muitas vezes atribuído a Vladimir Maiakowski (eu, inclusive, também pensava que era de sua autoria, até ler este artigo no Estadão), é na verdade do brasileiro Eduardo Alves da Costa. É uma pérola de 1968 que guarda uma grande intimidade com os dias atuais e me foi lembrado recentemente pela amiga Ritinha. Transcrevo-o a pedido e em homenagem ao meu leitor e pai, Edson:
No caminho, com Maiakóvski
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Eduardo Alves da Costa
No caminho, com Maiakóvski
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Eduardo Alves da Costa
domingo, abril 6
Quando vierem nos pegar, quem há de gritar por nós? ou
Pensem nas crianças Mudas, telepáticas, Pensem nas meninas Cegas, inexatas...
É tempo de reler Bretch, repensar muitas coisas.
É época de lamentar a defenestração de valores.
É tempo de transcrever novamente Vinícius:
Rosa de Hiroshima.
(Vinícius de Moraes e Gerson Conrad)
Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas, inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas, alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
(Republicado novamente em função do abusurdo do tempo que vivemos...)
Pensem nas crianças Mudas, telepáticas, Pensem nas meninas Cegas, inexatas...
É tempo de reler Bretch, repensar muitas coisas.
É época de lamentar a defenestração de valores.
É tempo de transcrever novamente Vinícius:
Rosa de Hiroshima.
(Vinícius de Moraes e Gerson Conrad)
Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas, inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas, alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
(Republicado novamente em função do abusurdo do tempo que vivemos...)
Au plein soleil - Amanhecer arrebatadoramente belo em Fortaleza.
Ao som de The Hives. Veni Vidi Vicious, vem a calhar.
Da varanda, vejo a réstia de noite que se esvai com o tempo.
Nuvens esparsas, espaços vazios que são ocupados aos poucos.
Beatles entoam "Here Comes The Sun". E vem. O Sol Rei.
Rua Nascimento Silva, 107. Não é aqui, mas poderia ser.
A mesma Nascimento Silva de Renato Manfredini Russo.
Nomes esparsos. Espaços vazios. Ave, Sol!
A música mistura-se à orquestra de pássaros e carros.
Clara Manhã me vem à mente. Clara Manhã de Jorge Maia.
"Só quero aqui ficar..." Eu nunca fui tão sozinho.
Nunca tão feliz, tão sozinho...
Felicidade, quem és tu mesmo?
Ao som de The Hives. Veni Vidi Vicious, vem a calhar.
Da varanda, vejo a réstia de noite que se esvai com o tempo.
Nuvens esparsas, espaços vazios que são ocupados aos poucos.
Beatles entoam "Here Comes The Sun". E vem. O Sol Rei.
Rua Nascimento Silva, 107. Não é aqui, mas poderia ser.
A mesma Nascimento Silva de Renato Manfredini Russo.
Nomes esparsos. Espaços vazios. Ave, Sol!
A música mistura-se à orquestra de pássaros e carros.
Clara Manhã me vem à mente. Clara Manhã de Jorge Maia.
"Só quero aqui ficar..." Eu nunca fui tão sozinho.
Nunca tão feliz, tão sozinho...
Felicidade, quem és tu mesmo?
sábado, abril 5
quinta-feira, abril 3
Cotidiano by
Chico Buarque/1971
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão
Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Chico Buarque/1971
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão
Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
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