Soneto do Acordar-te
Em um momento perdido no tempo eu queria te desvendar.
Emaranhar-me ao teu corpo e me permitir o teu abraço.
Numa aposta em que nunca saberemos os vencedores,
Às marcas dos beijos que sonhei uma única vez roubar-te.
Acordar às cordas que nos prendem os corpos em êxtase.
Marcar-te às amarras com um beijo ao único acordar-te.
E hoje, durante um efêmero segundo, eu tive você, minha.
E dos teus lábios de carmim eu suguei o sentido da vida.
Mas ousei apagar meu desejo como deletam-se imagens.
E me foi suficiente por um tênue cavalgar de segundos.
Quando me amarrou ao passado que nunca há de existir.
E Me doeu pensar que nunca te saberei um beijo sequer.
E à vibrante cor dos olhos de cujo espelho não esquecerei,
Eu me vi te amando, apaixonado que fui em um segundo.
quinta-feira, novembro 14
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