quinta-feira, setembro 5

Reminiscências da Casa Amarela e da UFC:

Lendo o blog do Primo Jung, vejo que é latente sua saudade da velha Salamanca. Zapeando ao mais charmoso site-em-blog da web, leio sobre a saudade da Prima Dorothy, de Oz. Claro que não é a mesma Oz do célebre filme de 1939, mas peço vênia à licença poética.

Assim sendo, eu embarco também, em meio à pilha de alfarrábios e papéis que avolumam-se em minha mesa na tarde de hoje, nas doces recordações da época em que meu desejo maior era cursar Cinema. De preferência, em Cuba.
Por vários motivos, o desejo de tornar-me um cineasta não se concretizou. Veio então o curso que me pareceu mais ligado às minhas inclinações profissionais, Comunicação Social na UFC, iniciado em 1991. Na mesma época, fiz vários cursos de cinema através da Secretaria de Cultura do Estado. O primeiro, entretanto, foi Cinema e Vídeo na Casa Amarela. Foi ministrado pelo saudoso e inesquecível Eusélio Oliveira. Suas aulas eram verdadeiras odes à rebeldia e à sétima-arte. Ele bradava seu amor ao cinema e repúdio à inércia artística e política. Eusélio era puro movimento. E vanguarda. Seu assassinato foi mais uma perda insubstituível da arte e da retórica. Seu legado artístico, entretanto, continua bastante vivo na Casa Amarela Eusélio Oliveira.

Lembro também da dileta companhia - apenas para citar alguns nomes, recordo agora de Jocélio leal, Luizianne Lins, Renato Abreu e Sidrônio Henrique - do Cantinho do Céu e sua cerveja gelada. Das calouradas e dos festivais na Casa Amarela.
A decisão de inclinar-se às letras jurídicas sempre me pareceu o fim de um sonho, de certa forma uma capitulação. Mas, hoje percebo que não o foi tanto assim. Minha militância no direito administrativo revela um pouco da mesma contestação que eu desejava ver alavancada através do cinema. O Estado - lato sensu, em atitudes omissivas e comissivas, pisoteia sua própria Constituição. Daí a inclinação à minha atual advocacia.
Dos idos da época do curso de Comunicação Social na UFC e da Casa Amarela, muitas recordações.
Eu até gostaria de retornar a tudo isso, não fosse o fato de nunca ter saído de lá...

E la nave va...

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Cada um tem a sua terapia. Há os que correm, pintam, cantam... Minha maior terapia é escrever. Posso ser o que sou, o que nu...