sexta-feira, setembro 19

Causos & Cousas - O trabalho me apressa o acordar de hoje. Ainda à madrugada, um despertar prematuro descobre a nudez da cidade escura, sendo aos poucos despudorada pela manhã em seu lento cavalgar. O canto do pássaro também renasce com o dia. Uma clara manhã de setembro me faz lembrar do lirismo de Jorge Maia. Manhã que surge anunciando o decênio poético de Soares Feitosa.
O tempo, tão insensato, me afasta dos prazeres e das pendências deste espaço anômico. O mesmo tempo que urge e me lança à correria nesta manhã de tanto sol. Afastar-me-ei das cousas outras em busca do horizonte disrítmico das causas.
No retorno dos afazeres jurídicos, ainda dentro do carro, após estacioná-lo à vaga bem-vinda, uma música me invade a alma cansada. Logo reconheço uma bonita versão de "Moonlight Serenade", a qual me dispersa os sentidos no fim da manhã e me carrega para bem longe daqui. Não vejo mais os tantos carros e rostos estranhos que inundam as vias tórridas dos trópicos. Por alguns minutos não sinto a intensidade da vida dorida que se apresenta em minha retina. Não questiono, nesse espaço efêmero, a inocuidade do atirar-se nos bólidos à procura da economia de alguns segundos. Eu me demoro até descobrir-lhe a identidade da cantora: Paula Lima. A música se vai e tudo parece tornar ao seu idiossincrático normal após o epílogo. Menos eu, que me sinto o feliz desvanecer pelos recônditos de sua melodia...

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Porque escrevo

Cada um tem a sua terapia. Há os que correm, pintam, cantam... Minha maior terapia é escrever. Posso ser o que sou, o que nu...