sexta-feira, agosto 29

La Nuit, Chico & Caetano - Lendo o Funny Valentine nesta noite serena, ao som de "Meus Caros Amigos" do Chico, percebo, através dos alfarrábios binários que guardam-lhe os tesouros escritos, que a autora do belíssimo blog homenageou recentemente Caetano Veloso em seus 61 anos. O texto me faz relembrar a mesma emoção que rendeu uma outra homenagem - há um ano aqui no Anomia - num doce embalo que me acompanhará o sono:

"O bom vinho (tinto) Caetano chega aos sessenta anos biológicos ...e os Deuses, juntamente com o talento ímpar de Geneton Moraes Neto (sempre ele no honroso mister de extrair-lhe os melhores devaneios ) nos trouxeram ótima entrevista no Fantástico hoje de noite. É difícil estar imune a Caetano. Indagado se havia palavra a defini-lo melhor, o Baiano vaticinou: "Não." Após alguns segundos complementa:"Não, é a palavra." Caetano é saboroso... meu Margaux, Petrus predileto. Desde a Tropicália ele é vanguarda e continua a sê-lo.

Eu, um renitente poetaço e romântico deslumbrado que sou, resgato estas mal-traçadas linhas dos idos de Dezembro de 2000:

Saudades

Saudade da nesga de mar que advinha buliçosa
da brecha entre os pilares do prédio vizinho.
Saudade do beijo molhado, do enlace de corpos,
amálgama infinito num meio sem fim.
Saudade do poeta, pretérito Caetano,
não tão light nem clean.
Saudade de mim e de você,
do Jobim, do Chê, do incerto insano.
Saudade da rua, espada nua,
do sono quedado, Praia infinda.
Saudade utópica, telúrico pecado,
do conceito de Deus, além dos confins.
Saudade da réstia de vento que vinha do mar,
da vinha e do tempo a moldar o vinho.
"

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Porque escrevo

Cada um tem a sua terapia. Há os que correm, pintam, cantam... Minha maior terapia é escrever. Posso ser o que sou, o que nu...