quarta-feira, agosto 28

A vida tem dessas coisas....:

Uma pessoa muito especial veio queixar-se de que eu não havia feito nenhum poema para ela (isso, após observar o acróstico feito há uns dez anos para uma ex-namorada, recentemente postado aqui).
Mesmo tentando lembrá-la dos inúmeros e infindáveis pergaminhos que gastei em odes, declarações e acrósticos, ela reiterava que eu pouco, ou quase nada, havia dedicado, em prosa e verso, sobre os meus sentimentos à sua pessoa.
Mas, como o destino prega peças em todos nós, eis que hoje recebo um telefonema seu, dando conta de que encontrara, numa arrumação feita em nossos alfarrábios, uma singela cartinha que eu fiz - e nunca entreguei - há mais de quatro anos.
A declaração de amor, feita em "Algum lugar do atlântico, a caminho de Londres" foi feita por mim na viagem que fiz em 1998 à Copa da França, quando ainda estava dentro do avião cruzando o atlântico. Somente lembrei após revê-la hoje. O motivo de não ter sido entregue, é que eu nunca terminei o texto, e ele restou esquecido dentro de uma de minhas revistas que trago de viagem. Na ocasião, eu rumava à primeira escala, em Londres, e já estava me sentido muito sozinho e saudoso, após cinco horas de vôo.
Eu fiquei até arrepiado quando o li novamente, principalmente neste contexto em que foi encontrado por acaso. É como se eu mesmo conseguisse me desagravar, através de um ato que já havia sido, de há muito, devorado pelo inexorável cavalgar do tempo.
Parece mesmo que a vida gosta de brincar com as pessoas, porque, ao rever o tal pequeno pedaço de papel, inundado de tanto sentimento, resguardado todo esse tempo e somente deixando se mostrar agora, foi como uma resposta à queixa infundada de minha amiga feita na manhã de ontem...
Depois que o lemos, ela me confessou que chorou, entre feliz e arrependida, um pouco. Eu.....quase.... porque homem não chora...principalmente nessas horas... :-)

Parafraseando o ilustre e insone Primo, vos digo: A vida seria trágica, não fosse também, reiteradamente, cômica.
C'est la vie....la dolce Vitta.

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Cada um tem a sua terapia. Há os que correm, pintam, cantam... Minha maior terapia é escrever. Posso ser o que sou, o que nu...