Pegando carona nas palavras do meu amigo e vizinho Paulista Inagaki, a quem só tive o prazer de conhecer neste mundo virtual por enquanto - muito embora o considere uma pessoa bem mais próxima do que as interações binárias que fazem este reduto da internet possam deixar transparecer - e percebo a beleza das cores do céu de Moema nestes dias de pleno calor. Au plein Soleil, Sampa sucumbe à beleza das terras tropicais, manifestando um espetáculo de cores que atenua o calor intenso dos últimos dias. Acordando cedo, fico observando a chegada dos primeiros vôos em Congonhas, competindo com os raios de luz vestibulares que antecedem o despertar dos milhões de habitantes.
Os prédios espelham a luz de mais um dia nesta Cidade inquieta. Eu resto calmo, como sempre tenho estado desde que voltei para cá. Uma caminhada no Ibirapuera, sempre resoluto aos ataques doa automóveis que o circundam, repleto de verde e de pássaros que emudecem o barulho distante, rende uma calmaria ainda maior.
Novos Caminhos - Após quase uma década, retorno às atividades acadêmicas, iniciando mais uma pós-graduação. Numa área que me interessa bastante desde os estudos para o Instituto Rio Branco, me lanço na pesquisa do Direito Internacional. Uma área, para os poucos que acompanham este blog, que muito me apetece. Principalmente, que me perdoem os incautos, porque desde quando ainda enfileirava os bancos da graduação em direito, e antes mesmo disso na Federal alencarina no curso de Comunicação Social, eu já duvidava da saúde do direito de cada País ante a marcha contundente da Globalização. Acho que a cada década se estreita a comunicação legal entre as nações e, salvo uma hecatombe econômica, os rumos do mercado globalizado, ditarão mais das nossas vidas do que nossa própria vontade. Não por acaso, hoje se fala mais em medidas jurídicas e econômicas em bloco do que há algumas décadas, onde inúmeras barreiras individuais de cada País eram contrapostas às vontades mundiais.
Enfim, acho que é assunto para daqui há alguns posts, ou melhor dizendo, algumas aulas... Nada que vá me abalar minha teoria Freud-Marxista de mundo, penso eu.
Rumo aos 40 - Há pouco mais de 20 anos, eu estava a completar minhas 15 rodadas no calendário. Com quinze anos, eu pensava em tudo, menos em longevidade. Queria tomar todas, comer idem e ao mesmo tempo não passar dos 40 ou 50. No mais pavoroso estilo James Dean, achava que a vida só seria interessante se vivida breve e intensamente. Continuo com o intenso, acho que nunca deixarei de sê-lo, espero. Mas os auspícios de comandar minha existência por poucos anos esbarra na proximidade de uma data marcante como os 40 anos. Ainda não estou tão perto, faltam alguns anos, mas depois de muitas experiências, depois dos filhos, dos filmes, dos livros, o que se tem é que o tempo é antes de tudo um nada absoluto. Uma força intangível que corre contra a gente e, desculpando a redundância barata...o faz isso o tempo todo. É tudo muito efêmero mesmo. Assim como eu me imaginava partindo deste planetinha azul na casa dos quarenta, hoje peço no mínimo o dobro de anos. Por isso, acho que as cãs que somente agora começam a brotar perto de minhas têmporas me pertubam tanto. Ainda não me considero com mais de trinta, muito menos perto de quatro décadas de vida. Somente aqui neste Anomia, já se vão quase sete anos.
E ainda me sinto engatinhando nisto tudo...
E la nave va...
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